São Paulo, terça-feira, 7 de maio de 1996
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Desemprego cai, diz texto do Planalto

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O documento divulgado ontem pelo governo sobre os 23 meses do Plano Real pode induzir a um equívoco no que diz respeito ao desemprego.
Informa que a taxa nos últimos três anos vem registrando queda no país, ou seja, o número de empregos estaria aumentando. Segundo esses números, é verdade.
Dados divulgados na semana passada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostram que a taxa de desemprego no país em março (6,38%) foi a maior desde maio de 1992. O texto usa dados do IBGE referentes a 1993 (5,3%), 1994 (5,1%) e 1995 (4,7%). A taxa deste primeiro trimestre é omitida.
Elaborado pelo Ministério da Fazenda, o documento destaca que ocorre "uma transferência de emprego da grande indústria para os setores de serviços e de comércio".
Além disso, chama a atenção para um aumento nos rendimentos das classes de renda mais baixa.
Queda na inflação e estabilidade nos preços foram os dois principais benefícios para quem ganha menos no Brasil do Plano Real.
O valor da cesta básica medida pelo Procon-Dieese, por exemplo, passou de R$ 106,95 em julho de 1994 para R$ 109,95 em primeiro de maio, conforme o documento.
O governo volta a destacar o fim do imposto inflacionário como fator de distribuição de renda.
Segundo o documento, os 50% mais pobres aumentaram sua participação na renda nacional em 1,2 ponto percentual, e os 20% mais ricos perderam 2,3 pontos percentuais entre 1994 e 1995.
O desemprego continua sendo considerado um problema importante pelo governo, mas as medidas adotadas pela área econômica em 95 não devem fazer com que a economia brasileira cresça menos do que o estimado no final do ano passado: entre 3% e 3,5% do PIB. A previsão anterior era de 4%.
Na prática, isso significa menos emprego formal (com registro em carteira) para os trabalhadores. Além disso, a inadimplência está elevada e muitas empresas continuam com dificuldades de obter empréstimos bancários porque os juros continuam elevados para o setor produtivo e nas compras pelo crediário.

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