São Paulo, terça-feira, 7 de maio de 1996
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Vítima fez lição de casa durante cativeiro

DA REPORTAGEM LOCAL

A estudante Vanessa Ramos Silva disse que passou frio durante o tempo em que ficou no cativeiro.
Segundo ela, um sanduíche misto frio foi sua melhor refeição durante as 38 horas e meia em que ficou presa.
Vanessa, ao contrário de sua mãe, não reconheceu o rapaz que a sequestrou, Wanderlei Nery Bailer. "Foi Deus que fez com que ela não lembrasse do rapaz. Do contrário, ela poderia ter sido morta", disse Claudio Ramos da Silva, pai da estudante.
Na quinta-feira, Vanessa ficou com os pés amarrados por uma arame no banco traseiro do carro de sua mãe, um Golf.
"Eles me deixaram dentro do carro, no meio do mato, com alguns salgadinhos e um refrigerante, disseram que eu estava sendo vigiada e que se tentasse fugir seria morta", disse Vanessa.
Às 14h da sexta-feira, o casal levou um misto frio e refrigerante para a estudante.
"Eu disse que tinha passado frio. Quando eles voltaram, às 19h, levaram uma blusa, desamarraram meus pés e me levaram a um posto de gasolina para que eu telefonasse para meu pais", disse.
Quando voltaram para o local do cativeiro, os sequestradores trocaram de carro com Vanessa, que passou a ficar amarrada no banco traseiro do Passat de Bailer.
"Eles disseram que o Passat havia quebrado e que precisavam do Golf para buscar o resgate."
Segundo Vanessa, seu contato era maior com Bailer. "A garota não falava muito. Ela era muito fria. O rapaz conversava mais comigo. Eles pareciam muito nervosos", disse.
Vanessa rezou, fez lição de casa e ouviu rádio enquanto estava presa. "Eles não me trataram mal, mas fiquei com muito medo."
Durante o tempo em que ficou presa, Vanessa não pôde ir ao banheiro e urinou dentro do carro.

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