São Paulo, terça-feira, 7 de maio de 1996
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Argentina "maquia" a arrecadação

DE BUENOS AIRES

O governo argentino "maquiou" os resultados da arrecadação tributária de março, para não ultrapassar o déficit fiscal máximo estabelecido em acordo com o FMI (Fundo Monetário Internacional).
No penúltimo dia do mês, o Banco da Nação Argentina (estatal) fez um pagamento de IVA (Imposto sobre Valor Agregado) de US$ 120 milhões. Normalmente, os pagamentos mensais do banco equivalem a um décimo desse valor.
A operação foi detectada pelo economista Miguel Angel Broda e denunciada pela oposição, o que levou o secretário da Fazenda, Ricardo Gutiérrez, a admitir que o banco pagou imposto a mais.
Segundo o secretário, o banco não havia calculado quanto teria de desembolsar e "pediu para fazer um pagamento antecipado".
Com o ingresso dos US$ 120 milhões, o rombo nas contas do governo no primeiro trimestre foi de "apenas" US$ 1,172 bilhão -resultado inferior ao teto de US$ 1,196 bilhão fixado pelo FMI.
Se o banco estatal tivesse mantido sua média de pagamentos (cerca de US$ 12 milhões por mês), o déficit superaria em US$ 84 milhões o limite.

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