São Paulo, terça-feira, 7 de maio de 1996
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Romário reabre 'briga' por uma vaga

MÁRIO MAGALHÃES
DA SUCURSAL DO RIO

O desempenho de Romário no Campeonato do Rio reabriu a disputa por uma das três vagas de atletas sem limite de idade na seleção olímpica de futebol.
Romário ameaça tirar da Olimpíada o atacante Bebeto (recém-contratado pelo Flamengo) ou o meia Rivaldo (Palmeiras).
O atleta foi artilheiro do primeiro turno da competição (Taça Guanabara) com 17 gols em 11 partidas de sua equipe, o Flamengo.
A outra vaga de jogador nascido antes de 1973 será do zagueiro Aldair, conforme decisão de Zagallo.
Anteontem, Romário, 30, marcou o primeiro gol do Flamengo na vitória de 2 a 0 sobre o Vasco.
Nesta partida, no Maracanã, o Flamengo conquistou o título da Taça Guanabara.
O triunfo reforçou a pressão pela convocação do atacante para os Jogos de Atlanta.
"Romário é seleção", gritaram dezenas de milhares de flamenguistas no Maracanã.
Apoio
O atacante ganhou o apoio até do presidente do Vasco, Antônio Soares Calçada, para ir à Olimpíada.
O ex-técnico do Flamengo, Washington Rodrigues, radialista, exigiu de Zagallo a convocação.
"É o povo quem vai convocar o Romário, quem tem que pressionar", disse.
O prefeito do Rio, César Maia (PFL), botafoguense, defendeu ontem a inclusão de Romário entre os 18 jogadores olímpicos.
O que pode provocar uma reviravolta nos planos de Zagallo não é só a intensidade do lobby, mas o peso político dos defensores de Romário.
O presidente da Confederação Brasileira de Futebol, Ricardo Teixeira, foi ao vestiário do Flamengo após a partida.
"A decisão sobre a convocação de Romário é de Zagallo, mas fiquem tranquilos porque ele chamará os melhores de cada posição", disse.
Outro aliado de Romário é o presidente da Fifa, João Havelange.
O dirigente vê no jogador um dos melhores garotos-propaganda para explorar comercialmente o futebol olímpico.
O maior trunfo do atacante é uma promessa de Zagallo: "Vou chamar quem estiver melhor no momento da convocação" -prevista para 27 de junho.
Reviravolta
O artilheiro flamenguista pode repetir a reviravolta das eliminatórias da Copa do Mundo, em 1993.
A dupla que dirigia a seleção, Carlos Alberto Parreira e Zagallo, recusava-se a chamar o jogador, considerado indisciplinado.
Menos de duas semanas antes da decisão de uma vaga, contra o Uruguai, eles se dobraram à opinião pública e à pressão da mídia.
Convocaram Romário e ele fez os dois gols da vitória.

Texto Anterior: São Paulo usa reservas contra União
Próximo Texto: Atlanta poderá 'repetir' a Copa
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.