São Paulo, terça-feira, 7 de maio de 1996 |
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DE NOVO, INTENÇÕES
DE NOVO, INTENÇÕES O discurso sobre as metas para as áreas sociais proferido ontem pelo presidente Fernando Henrique Cardoso apenas reafirma uma boa parte das propostas já anunciadas anteriormente pelo governo.O primeiro momento da fala, excessivamente impregnado pelo academicismo, é marcado por uma distância ainda muito grande entre o plano das boas intenções e o das ações eficazes que permitirão alcançar a chamada "âncora social". Boa parte da fala se limita a quantificar metas e fixar os investimentos previstos para cada setor. Mas, mesmo reconhecendo acertadamente aliás que o problema da correta destinação dos investimentos é mais grave do que o dos montantes disponíveis no Orçamento, o pronunciamento de FHC não menciona quais mecanismos garantiriam o máximo de eficácia na aplicação dos recursos existentes. Sabe-se, no entanto, que, sobretudo nas áreas de saúde e educação, esse ainda é um dos principais desafios de qualquer governo. A fala demonstra um claro esforço no sentido de dar maior visibilidade às metas e mostrar quais já estariam sendo atingidas. Para muitos, as cifras poderão até mesmo impressionar. Para além dos números, fica ainda a inevitável impressão de que os imperativos publicitários talvez tenham tido um peso excessivo. Tentar assegurar as dotações previstas no Orçamento de 96 nada mais é do que cumprir uma das mais inarredáveis obrigações do Executivo. Enfim, ainda não se vê no discurso sinais de como o governo irá imprimir maior agilidade na condução da política social. A sociedade, "ansiosa por resultados" (como definiu o próprio FHC), provavelmente não encontrará ainda em sua fala o alento que deseja, mas apenas bons propósitos -que abundam, como sempre. Texto Anterior: BRECHA ESTREITA Próximo Texto: ATRAÇÃO FATAL Índice |
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