São Paulo, quarta-feira, 8 de maio de 1996
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Alta do milho pressiona os custos

JOSÉ ALBERTO GONÇALVES
DA REPORTAGEM LOCAL

A forte elevação dos preços do milho continua pressionando os custos de produção de suínos.
Levantamento do Cepa (Instituto de Planejamento Agrícola de Santa Catarina) mostra que o criador precisou, em média, de 11,5 kg de suíno em abril para comprar uma saca de milho.
A média histórica varia entre seis e sete quilos de suíno por saca de milho.
Em março, a relação média era de 10,1 kg para uma saca do grão.
Para amenizar o problema, a indústria passou a adquirir leitões nas criações de Santa Catarina, diz Alfredo Felipe da Luz Sobrinho, presidente da Abipos (Associação Brasileira da Indústria de Produtos Derivados de Suínos).
Como o leitão é abatido mais cedo, com cerca de 25 kg, o criador economiza gastos com ração, cuja composição tem 70% de milho.
Os abates de suínos normalmente ocorrem quando o animal pesa 90 kg. Além da compra de leitões, as empresas, segundo Sobrinho, se comprometeram a não adquirir suínos por menos de R$ 0,70/kg.
Jurandi Machado, técnico do Cepa, estima que atualmente os custos de produção estão variando entre R$ 0,70 e R$ 0,90/kg em Santa Catarina.
"Como a cotação está em R$ 0,70/kg, a maioria dos criadores trabalha com prejuízo", afirma.
O técnico do Cepa prevê que o preço do suíno pode cair para R$ 0,67/kg este mês.
Justificam a tendência de queda o excesso de oferta de carnes e a estabilidade da demanda.
Para Machado, o suíno poderá subir um pouco em junho e julho, normalmente um período de aquecimento do consumo.
Só a partir de novembro o mercado será favorável a altas.
O descarte de matrizes na região Sul se mantém acima da média mensal de 1,8% do plantel desde janeiro, quando o mercado apresentou tendência de baixa.
Como dura dez meses o período entre a gestação e o abate, no final do ano a produção deverá diminuir, justamente numa época de elevação do consumo.
Mudanças nos rumos da economia podem alterar o cenário desenhado pelo setor.

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