São Paulo, quarta-feira, 8 de maio de 1996 |
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O que fazer com o zumbido?
MARIA HELENA CAETANO Milhões de pessoas sofrem de zumbido: aproximadamente 20% da população experimenta zumbido alguma vez na vida. O zumbido é a percepção do som quando não há qualquer ruído presente. Para algumas é apenas um incômodo; para outras é um estado estressante de alteração da condição de vida. A maior parte das pessoas com zumbido ouve sons similares a um rádio fora de sintonia 24h por dia. É necessário realizar uma consulta otorrinolaringológica para orientação qualificada.As causas do zumbido ainda não estão claras: exposição ao barulho, cerume nos ouvidos, certos medicamentos, infecção dos ouvidos ou dos seios paranasais, congestão, alergias, problemas na articulação temporomandibular (ATM), oclusão dental, doenças cardiovasculares, tumor no nervo auditivo, otosclerose, tiróide preguiçosa e traumas de cabeça e pescoço. Existem várias opções de tratamento do zumbido que podem proporcionar alívio: 1) aparelhos auditivos: se um paciente tiver perda de audição associada ao zumbido, um aparelho auditivo lhe permitirá ouvir sons que podem mascarar o zumbido. 2) Mascaramento: os mascaradores de zumbido lembram aparelhos auditivos e produzem um som mais agradável do que o som do próprio zumbido. 3) Outras formas de tratamento: biofeedback, terapia cognitivo-comportamental, habituação auditiva e medicamentos. A exposição demasiada ao barulho pode causar ou piorar a perda de audição e zumbido. Lembre-se do perigo potencial do barulho proveniente de cortadores de grama, equipamentos de som, secadores de cabelo, serras elétricas, motocicletas, concertos musicais, filmes e ruídos no trabalho. Certos medicamentos são ototóxicos e pioram o zumbido. Álcool, nicotina, cafeína podem exacerbar o zumbido. Alguns relatam que o zumbido piora devido ao consumo de certos alimentos (café, queijo, sal, vinho tinto e alimentos "diet" foram mencionados). O zumbido causa estresse; o estresse causa zumbido. Ioga, meditação, exercícios físicos e relaxamento podem reduzir o estresse. Alto-falantes de automóveis ou caixas acústicas colocadas em lugares públicos deveriam ser proibidos. As autoridades deveriam exigir das montadoras de automóveis os silenciadores para diminuir a poluição sonora. Um grupo de apoio ao zumbido é um porto seguro para aliviar as preocupações e desenvolver habilidades de como lidar com elas. Grupos de apoio e copilação de informações científicas formam o nosso objetivo. Maria Helena U. Caetano, 38, mestra em fonoaudiologia pela Universidade Federal de São Paulo, é chefe do Setor de Seleção e Adaptação de Aparelhos Auditivos da Oto-Rhinus Clínica Médica (SP). Texto Anterior: Prostituição envolve mais de 2.000 em Porto Alegre Próximo Texto: Tribunal exige circulação de 50% da frota Índice |
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