São Paulo, quarta-feira, 8 de maio de 1996
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Afirmação de testemunha será julgada inconsistente

SERGIO TORRES
DA SUCURSAL DO RIO

O reconhecimento de supostos chacinadores da Candelária pelo sobrevivente Wagner dos Santos deverá ser considerado inconsistente pelo delegado Jorge Serra, diretor da DDV (Divisão de Defesa da Vida) da Polícia Civil.
Serra disse ontem que Santos, 25, pode ter sido impreciso ao apontar o policial militar Carlos Jorge Liaffa como um dos envolvidos na matança de oito menores de rua em 23 de julho de 1993.
O reconhecimento entre Santos e Liaffa ocorreu há dez dias. Santos apontou o PM como o homem que lhe disparou um tiro na cabeça. Até agora o reconhecimento é o único indício da suposta participação de Liaffa na chacina.
"Esse reconhecimento ocorreu quase três anos depois. Deve ser levada em conta a carga de emoção do Wagner, depois de tudo o que passou", disse o diretor da DDV.
Os matadores confessos Nelson Cunha, Marcos Aurélio Alcântara e Marcos Vinícius Emmanuel -este já condenado a 309 anos de prisão- não apontam Liaffa como participante do massacre.
Liaffa e o PM Nilton de Oliveira deverão ser soltos até sábado, quando vence o prazo da prisão temporária decretada pela Justiça.
Hoje, os promotores do 2º Tribunal do Júri deverão apresentar ao juiz José Geraldo Antônio parecer favorável à libertação dos réus Cláudio Luiz Andrade dos Santos, Marcelo Ferreira Cortes e Jurandir Gomes de França. Os três estão presos há dois anos e dez meses, desde que foram apontados como participantes da chacina.
Ontem Francisco Araújo negou ter visto os participantes da chacina limpar o carro usado no crime. Ele foi apontado por Marco Aurélio Âlcantara, que confessou ter participado da chacina, como testemunha da limpeza.

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