São Paulo, quarta-feira, 8 de maio de 1996
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Advogado nega acusações

DA REPORTAGEM LOCAL; DA FT

O advogado Leônidas Scholz afirmou ontem que o empresário Fernando Iberê Nascimento estava juntando documentos dos processos de desapropriação de terras para "demonstrar a lisura de seus procedimentos".
Scholz negou qualquer envolvimento de Nascimento em um suposto superfaturamento de terras desapropriadas pelo Incra.
Segundo ele, um procurador da República em Rondônia deu as informações que originaram as reportagens sobre o suposto envolvimento de Nascimento.
Scholz disse que "o procurador não pediu nem a abertura de um simples inquérito policial". Três familiares de Nascimento -a mulher, Eulália Luiza, e dois filhos, Luís Felipe e Luciana- foram ouvidos anteontem à noite pelo delegado Ivaney Cayres de Souza, do 78º DP (Jardins). Luís Felipe estava no carro na hora da morte do pai e do irmão.
Segundo Scholz, os familiares disseram ao delegado que "o único conflito" do empresário era com o fazendeiro Paulo Sack. O advogado afirmou que Sack não estaria querendo pagar a Nascimento os honorários de um processo de uma fazenda desapropriada em Rondônia.
Segundo o advogado, houve uma longa disputa judicial, cujo desfecho favoreceu Nascimento. Scholz disse que desde o ano passado Nascimento teria recebido "sucessivas ameaças de Sack".
A Folha telefonou para a casa de Sack, em Porto Velho. Uma empregada disse que ele estava viajando. Segundo ela, a mulher de Sack, Suzana, estaria em São Paulo e retornaria a ligação, o que não aconteceu até as 21h.
Segundo Scholz, os familiares negaram à polícia qualquer litígio com outro fazendeiro, Antônio Martins dos Santos. O delegado não foi localizado. Ontem a polícia fez nova vistoria no carro da vítima e achou mais uma bala.

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