São Paulo, quarta-feira, 8 de maio de 1996
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Chip defeituoso causa danos ao sistema

LUCIA REGGIANI
DA REPORTAGEM LOCAL

Um microprocessador defeituoso, falsificado ou roubado pode estar na origem dos frequentes erros gerais de proteção (GPFs) do "Windows", dos conflitos com placas de vídeo e travamentos inexplicáveis do seu micro.
Essa foi a causa detectada por um professor de informática de Minas Gerais, que prefere não se identificar. Na atualização de seu micro, o professor trocou o chip por um Intel 486/DX4 de 100 MHz, e a máquina passou a travar em excesso.
Testes detectaram falhas na performance do chip. Outros cinco passaram por testes, e só um foi aprovado. Houve suspeita de os chips serem falsos.
A hipótese foi descartada depois de um deles ter sido examinado por José Carlos Yazbek, gerente de tecnologia da Intel.
O mais provável, segundo Yazbek, é que o chip tenha sido danificado por manuseio inadequado ou faça parte de algum lote defeituoso roubado da Intel nos EUA.
Estática
Pequeno, um chip pode ser carregado facilmente no bolso. O atrito contra o bolso de uma blusa de lã libera cerca de 500 volts de eletricidade estática.
Como a amperagem é pequena e não dá choque, o usuário não percebe. Mas o chip, com seus milhares de transistores, pode ser total ou parcialmente danificado.
Os resultados podem aparecer imediatamente ou de uma hora para outra.
Outra fonte de problemas é a voltagem da placa. As mais antigas trabalham com 5 volts, e os chips novos funcionam a 3,3 volts.
Nesse caso, é necessário o chip overdrive, que vem com um circuito que transforma os 5 volts em 3,3 volts internos.
Para isso, procure um vendedor de confiança, legalmente estabelecido no país. E exija nota fiscal.
Falsificação
Além de chips estragados, o mercado informal oferece o risco de falsificação. Marca, modelo e número de série originais costumam estar estampados sobre a pastilha em baixo relevo ou serigrafia.
As falsificações mais comuns são de troca de marca ou de velocidade de processamento. Nesse último caso, a integridade do sistema vai ser afetada porque a máquina está fora das especificações.
"Não aceite chips com etiquetas que o proíbam de tirá-las, sob pena de perder a garantia. Na verdade, elas tentam disfarçar a falsificação. Chip original não tem etiqueta", alerta Yazbek.
Segundo ele, os chips 486 são mais suscetíveis a falsificações e param de ser produzidos pela empresa ainda neste ano.
Os chips Pentium têm identificação gravada a laser e circuito interno de proteção.

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