São Paulo, sexta-feira, 10 de maio de 1996 |
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Diretores assumem controle de Brasília-Sul
PAULO SILVA PINTO
Por volta das 20h, deixaram o local mediante a apresentação de um mandado de reintegração de posse expedido pela Justiça. A subestação fica na cidade-satélite de Samambaia, a 35 quilômetros do Plano Piloto, e foi invadida às 8h. Os sindicalistas fecharam os portões de acesso à subestação e assumiram o controle das duas chaves de 345 quilovolts -o que representa 97% da energia consumida na cidade. Desligadas as chaves, só a Esplanada dos Ministérios e a praça dos Três Poderes -onde ficam as sedes do Executivo (Palácio do Planalto), do Judiciário (Supremo Tribunal Federal) e do Legislativo (Congresso Nacional)- não seriam atingidas pelo blecaute. O centro do Poder é abastecido por uma subestação menor, a do Paranoá. A maioria dos prédios públicos e o Palácio da Alvorada têm geradores próprios. Após desocuparem a subestação, os sindicalistas se consideraram vitoriosos. "Cumprimos nosso objetivo de chamar a atenção das autoridades", disse Paulo Tadeu Vale da Silva, diretor do Sinergia (Sindicato dos Eletricitários) no Distrito Federal. Pela manhã, duas horas depois da invasão, a direção de Furnas encaminhou aos sindicalistas uma ordem para que abandonassem a subestação. Se não deixassem as instalações, a empresa poderia convocar a polícia. "Se for usada a violência policial podemos virar as chaves e deixar tudo às escuras", disse Mauro Martinelli, um dos diretores-executivos do Sinergia que participou da invasão. "Nós também temos o nosso lado emocional", acrescentou o sindicalista. Os sindicalistas chegaram a telefonar para o Palácio do Buriti para tentar falar com o governador Cristovam Buarque (PT). Disseram à assessoria do governador que não iriam provocar incidentes e pediram para que não houvesse violência policial. Texto Anterior: Sindicato invade subestações de energia Próximo Texto: PFL defende adiar a reforma tributária Índice |
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