São Paulo, sexta-feira, 10 de maio de 1996
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SP quer R$ 3 bi do Proer para o Banespa

LUCAS FIGUEIREDO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governo do Estado de São Paulo quer que o governo federal abra uma linha do Proer (programa de incentivo à fusão de bancos) no valor aproximado de R$ 3 bilhões para socorrer o Banespa.
As negociações estão em andamento. Caso a proposta seja aceita pela equipe econômica, o Banespa será o primeiro banco estadual a ser socorrido pelo Proer.
Os recursos seriam utilizados para sanear parte do rombo do banco que não será coberta pelo acordo que está sendo apreciado pelo Senado.
O Banespa tem um buraco avaliado entre R$ 17,5 e R$ 18 bilhões, e o acordo que está em andamento no Senado prevê a injeção de R$ 15 bilhões no banco.
"Nossa proposta é federalizar o restante dessa dívida. Isso poderia ser feito pelo Proer", afirmou ontem o senador Romeu Tuma (PSL-PS), que participa das negociações.
A articulação é confirmada pelo líder do PSDB no Senado, Sérgio Machado (CE). "Não há como o Estado de São Paulo assumir essa diferença. O Proer é uma das alternativas que estão sendo analisadas", disse ele.
O líder do governo no Senado, Elcio Alvares (PFL-ES), afirmou que o senador Pedro Piva (PSDB-SP) é o encarregado de discutir diretamente com a equipe econômica as propostas para saneamento do restante da dívida do Banespa.
Piva não foi localizado ontem em Brasília. Às 19h de ontem, o gabinete do senador informava que ele havia viajado para São Paulo.
Bancos estaduais
A abertura de linhas do Proer para os bancos estaduais está sendo estudada pelo governo desde o início do ano.
A medida poderá ser implementada de duas formas: na reedição da MP do Proer, prevista para o dia 12 deste mês, ou em medida provisória específica.
O presidente Fernando Henrique Cardoso e o ministro Pedro Malan (Fazenda) afirmam que as condições oferecidas para o saneamento do Banespa estarão à disposição de todos os Estados.
Segundo Tuma, o governador de São Paulo, Mário Covas (PSDB), poderá não assinar o acordo do Banespa se o governo federal não assumir toda a dívida do banco.
O acordo depende do aval do Senado, pois implica em emissão de títulos públicos federais.
O acordo sob análise no Senado prevê injeção de R$ 15 bilhões no banco -R$ 7,5 bilhões em títulos do Tesouro e outros R$ 7,5 bilhões com repasse de bens do Estado para a União.
As condições são correção cambial e juros de 6% ao ano.

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