São Paulo, sábado, 11 de maio de 1996 |
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Parabólica convive com falta de livros Aluno gasta 1 hora copiando lousa RODRIGO BERTOLOTTO
Os alunos da 3ª série G, que ainda não receberam os livros de matemática e português, são obrigados a copiar toda a lição da pequena lousa, o que consome uma das cinco horas diárias de aula. A classe é formada por alunos repetentes e atrasados. Entre eles, está a paraense Vanuza Lima Luz, 13, que começou a estudar com dez anos e repetiu a 2ª série. "Muitas professoras dão aula, mas não querem saber se nós aprendemos", queixa-se. Ela cobre com um pôster do ator norte-americano Tom Cruise sua carteira, que como todas as outras, está rabiscada, torta e pichada com corretor líquido. "A cadeira é muito ruim. Fica indo pra baixo", reclama César Roberto Aparecido dos Santos, 11. A escola não adota uniforme, e a identificação dos alunos é um crachá de cartolina. Com a falta de um professor de educação física, a professora, que já ensina português, matemática, ciências e estudos sociais, se responsabiliza também pela atividade na quadra esportiva. Mesmo com tanta carência, a escola sofreu dois assaltos em 1995. Em um deles, os ladrões levaram uma máquina de escrever e um rádio-relógio. Texto Anterior: Salas de aula reproduzem 'má distribuição do ensino' Próximo Texto: Professor troca livro didático por leitura Índice |
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