São Paulo, sábado, 11 de maio de 1996
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Bomba fere duas mulheres em Correio

PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE

Uma bomba armada dentro de um radiorrelógio explodiu na manhã de ontem no posto do Correio do distrito de Vargem Alegre, em Caratinga (a 295 km de Belo Horizonte), ferindo a estudante e empregada doméstica Jaine Matos Gonçalves, 16, e a funcionária do Correio Maria Felício da Silva, 43.
A explosão foi por volta das 7h45. Antes de ir ao trabalho, Jaine passou no posto, que ainda estava fechado, e retirou a encomenda porque conhecia a funcionária.
Segundo o tenente PM Wanderson Stenner Alves, ela abriu a embalagem, que estava registrada com data do último dia 8, retirou o radiorrelógio da caixa e, quando conectou o aparelho na tomada, ocorreu a explosão. O delegado disse que a bomba tinha alto poder de explosão e que "certamente" foi preparada por um técnico.
O impacto da explosão quebrou todos os vidros do posto do Correio, arrebentou cerca de dois metros de azulejos das paredes, destruiu um ventilador e uma pia.
Os fragmentos da bomba serão enviados para o Deoesp (Delegacia de Operações Especiais da Polícia Civil), em Belo Horizonte, para serem periciados.
A sala do posto do Correio funciona ao lado do posto telefônico e do posto de saúde. Nenhuma das outras salas foi atingida.
Jaine e Maria Aparecida foram atendidas pela enfermeira do posto de saúde e logo depois levadas para o Hospital Nossa Senhora Auxiliadora, em Caratinga.
Jaine sofreu ferimentos graves por todo o corpo, principalmente rosto e pescoço. Maria Aparecida também sofreu ferimentos graves.
Segundo o serviço de informações do hospital, apesar da gravidade dos ferimentos, elas não corriam risco de vida. As duas chegaram conscientes ao hospital.
Jaine e Maria Aparecida entraram no bloco cirúrgico às 9h40 e saíram por volta de 16h30.
Segundo o médico Alfredo G. Filho, que operou Maria Aparecida, a funcionária do Correio ficou muito machucada e os ferimentos "devem ocasionar algum defeito estético, mas nada no sentido de prejudicar os membros".
O médico afirmou que foram retirados fragmentos da bomba da coxa, abdôme, pescoço e rosto de Maria Aparecida. "Foi retirado também um fragmento mínimo em um dos olhos, mas acredito que também não trará problema."
G. Filho afirmou que não poderia dar detalhes sobre o caso de Jaine, mas afirmou que os ferimentos da estudante eram mais graves.
Além de sofrer ferimentos por todo o corpo, Jaine teve fratura de mandíbula, segundo o médico.
Ontem a assessoria do Ministério da Justiça divulgou, em Brasília, uma nota informando que a PF está auxiliando a Polícia Civil de Minas Gerais nas investigações.

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