São Paulo, sábado, 11 de maio de 1996
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Armani é condenado por suborno

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O estilista italiano Giorgio Armani foi condenado a nove meses de prisão pela Justiça de seu país. Ele foi considerado culpado em um caso de suborno. Vai cumprir a pena em liberdade.
Seguindo uma prática processual comum na Itália, Armani admitiu o crime e, com isso, conseguiu a suspensão condicional de sua pena.
Um tribunal de Milão decidiu que ele vai pagar uma multa de 100 milhões de liras (US$ 64 mil).
Em entrevista, Giorgio Armani negou ser culpado e disse que só confessou para evitar maiores problemas.
Ele afirmou que, dessa forma, encerrou um assunto que prejudicou sua "serenidade profissional". "Desisti da oportunidade de explicar ao juiz as razões que, creio, teriam me absolvido."
Multa
A multa de 100 milhões de liras é exatamente o valor que ele é acusado de ter pago a fiscais da receita de Milão para que deixassem passar irregularidades nas contas de sua empresa.
Antes do final do julgamento, ele dizia que sofrera extorsão.
O advogado de Armani, Lionel Ceresi, disse que o acordo foi um "mecanismo de simplificação".
"O trabalho do sr. Armani é criativo, e ele não pode ser distraído pelo processo, que a imprensa torna pior", afirmou.
Réus
Além de Armani, estão envolvidos no caso outros dos mais famosos estilistas do mundo: Gianfranco Ferré e Krizia, além de Santo Versace, irmão de Gianni Versace. Eles se recusaram a fazer um acordo semelhante ao de Armani.
"Foi um caso de extorsão. Vamos em frente com o julgamento", disse Carlo Adornato, advogado de Ferré.
Nenhum dos acusados compareceu ontem ao tribunal.
No total, há 19 acusados. Outros oito também assumiram a culpa para simplificar as penas. Os crimes de que são acusados teriam ocorrido entre 1990 e 1991.
O julgamento ficou parado durante vários meses, devido a questões jurídicas.
Ele deve ser reiniciado no dia 18 de junho, quando a defesa de Ferré vai pedir a substituição dos juízes, e a de Krizia vai solicitar o encerramento do caso, alegando irregularidades jurídicas.
Outro advogado de Ferré, Nicola Bonuomo, pediu que fotógrafos e câmeras de televisão fossem excluídos do julgamento.
"Não queremos um desfile de moda no tribunal", afirmou.
Os juízes concordaram em excluir os fotógrafos, mas permitirão que uma câmera de TV registre as sessões do julgamento.

Texto Anterior: Vietnamitas detidos em Hong Kong se rebelam, e 200 fogem
Próximo Texto: Sem sucessor, premiê indiano renuncia
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.