São Paulo, domingo, 12 de maio de 1996
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Aviso aos chorões; Soco no queixo; Diagnóstico curioso; Jogo preliminar; Ouvido de mercador; Única opção; Tudo pela estabilidade; Mercado futuro; Matando a saudade; Maluf PC; Para a torcida; Na bandeja; Entregando os anéis; Linha cruzada; Corpo-a-corpo; Intervalo estratégico

Aviso aos chorões
FHC manda um recado aos tucanos insatisfeitos com a correlação de forças no governo: "O jogo estava claro desde o começo". Diz ter uma prioridade: aprovar as reformas. E precisa dos partidos de direita. Por isso, fez uma aliança em 1994.

Soco no queixo
O líder do PSDB na Câmara, José Aníbal, chama Inocêncio Oliveira de "mentiroso e fanfarrão". Diz que o pefelista sabe que foi feito o acordo para indicar Antônio Kandir (PSDB-SP) relator da reforma tributária.

Diagnóstico curioso
O ministro Luiz Carlos Santos diz que a crise PSDB-PFL é porque o governo não tem oposição. "Como não há partido de 308 votos, é normal divergência de enfoque. Mas a base é favorável às reformas. A oposição não."

Jogo preliminar
Um auxiliar de FHC avalia que a passará a crise entre PSDB e PFL no Congresso. O duelo maior será nas eleições municipais. Em São Paulo, por exemplo, os dois partidos deverão seguir rumos totalmente opostos.

Ouvido de mercador
FHC tende a ignorar a choradeira dos tucanos por um tratamento diferenciado nas eleições. "O presidente não poderá se indispor com a base. Deve ser um magistrado. Deve ser neutro", diz um cacique governista.

Única opção
Segundo um colaborador antigo de FHC, ele tem duas razões para não dar privilégio eleitoral ao PSDB: 1) acha que o partido precisa mais dele do que o contrário e 2) ele é o único tucano que dá liga com PFL e PPB.

Tudo pela estabilidade
No Planalto, avalia-se que é bom que fique como hoje o peso dos partidos na aliança PSDB-PFL. É a maior garantia da reeleição de FHC. Se o PSDB crescer muito, outro cacique pode querer se aventurar em 98.

Mercado futuro
O PFL faz um jogo de paciência na aliança com os tucanos. Sem um nome forte para a Presidência em 1998, jogam com a candidatura de Luís Eduardo Magalhães para 2002. Ou seja, vão precisar um pouco mais de FHC.

Matando a saudade
Refresco para o Planalto: Sarney ficou de instalar amanhã comissão especial para tratar da restrição ao uso de medidas provisórias. Mas o presidente do Senado passa a semana no Canadá, em sarau de ex-presidentes.

Maluf PC
Lançando Celso Pitta, que é negro, como candidato a prefeito, o malufismo chega ao apogeu da fase politicamente correta. Em 1992, Maluf passou da truculência política ao neomalufismo. Quer chegar reciclado em 1998.

Para a torcida
Causou mal-estar entre familiares de desaparecidos juntar amanhã, na mesma cerimônia, o Plano Nacional de Direitos Humanos e a primeira indenização a uma mãe (Ermelinda Bronca, 90 anos) que teve o filho morto durante o regime militar.

Na bandeja
Maldade que circula no mercado financeiro, junto com os ciclotímicos rumores de queda de Gustavo Loyola: o presidente do BC não pode tomar água em bebedouro. Perderia a cabeça.

Entregando os anéis
O Planalto já admite dividir as reformas fiscal e tributária para garantir sua aprovação neste ano. Ficaria de fora tudo o que incomoda Estados e municípios.

Linha cruzada
Autor do parecer que tira poderes de Serjão na privatização da telefonia celular, Arolde de Oliveira (PFL-BA) diz que agiu de boa-fé. "Se o ministro não está, nada temos a conversar."

Corpo-a-corpo
Para acelerar as reformas, o Planalto vai monitorar as insatisfações nas bancadas. É para evitar que só sejam detectadas em cima da hora, na semana de votação. Atenção especial será dada aos candidatos a prefeito.

Intervalo estratégico
O PFL não toca na emenda da reeleição até outubro. Só volta a falar no tema após a eleição, com o mapa dos resultados nas mãos.

TIROTEIO
De Luiz Carlos Santos, ministro para Coordenação de Assuntos Políticos, sobre a legislação que proíbe participação de autoridades na eleição de outubro:
- É uma mordaça à cidadania. Uma restrição à liberdade de opinião, que fere a Constituição.

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