São Paulo, domingo, 12 de maio de 1996 |
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Perfil do empreendedor define a escolha
SUZANA BARELLI
O primeiro fator de desempate, nesse caso, é a análise do próprio perfil do futuro investidor, afirma o especialista Marcus Rizzo. É preciso saber, primeiro, se a pessoa quer (e gosta) seguir certas regras e está disposta a pagar pela experiência e pelo sucesso já conquistados por um terceiro. "Há pessoas independentes demais, que não se adaptariam a certas regras dadas pelos franqueadores", afirma o consultor. Por outro lado, diz Rizzo, a franquia traz uma maior segurança de sucesso do negócio. Ou seja, quando comparada a um investimento próprio, pode ser vista como um negócio de menor risco. "A pessoa está investindo em um conceito de negócio já testado e aprovado e com uma marca que já conquistou prestígio no mercado", afirma André Nudelman, sócio da consultoria Francap. Rede de benefícios Nudelman afirma que a taxa de franquia corresponde a uma grande rede de benefícios que o futuro franqueado teria dificuldade em conseguir sozinho ou que gastaria muito tempo para aprendê-los. São exemplos desde a metodologia da administração da franquia -que já foi testada por diversos outros franqueados-, fornecedores selecionados e catalogados até logotipos já desenhados e materiais promocionais preparados regularmente pelo franqueador. "A consequência é que o franqueado pode ficar ligado no negócio e na clientela e não precisa ficar cuidando, por exemplo, da padronização do uniforme dos funcionários", exemplifica o consultor. Mas o argumento da taxa de franquia também pode ser visto pelo lado negativo: o empreendedor precisa pagar, e um valor às vezes considerado caro, para obter certas normas de administração. "Há pessoas que acham que vale mais a pena arcar com o risco e tentar acertar a quantidade de estoque sozinho do que entrar em uma franquia", diz John Li, gerente de marketing da PCM Franchise, especializada em formatar franquias estrangeiras no país. Apesar de levantar a ressalva, John Li diz que, na ponta do lápis, vale apostar nas franquias. "A padronização da franquia faz com que o franqueado não tenha surpresas no seu negócio." Treinamento Rizzo lembra que o negócio próprio até pode contar com ajuda de consultores para a solução de problemas. "Mas dificilmente essa ajuda será preventiva." Já o franqueador, afirma o consultor, prestará apoio constante, com assessores visitando o local franqueado com frequência para a resolução de todos os problemas. O treinamento dos funcionários e do próprio franqueado é outro diferencial das franquias. Os contratos de franquias prevêem assessoria no recrutamento dos funcionários, na melhor forma de vender o serviço e até na capacitação do dono em exercer a atividade com a qual ainda não tinha trabalhado na vida. O negócio próprio, diz Rizzo, é baseado no perfil do dono, e a administração dependerá da capacidade individual. Nudelman lembra que, nas franquias, há manuais que auxiliam o gerenciamento. Localização A localização é outro diferencial. Enquanto o dono pode escolher o local onde quer abrir seu negócio, é o franqueador quem costuma selecionar e indicar a localização disponível que é mais adequada. Texto Anterior: As 50 melhores do país Próximo Texto: Franquia sobrevive 10 anos; negócio próprio, só 2 Índice |
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