São Paulo, domingo, 12 de maio de 1996
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Fundos de 60 dias são os preferidos

Poupança e CDB perdem captação

RODNEY VERGILI
DA REDAÇÃO

Os fundos de investimento de prazo de 60 dias concentraram 70% da captação dos fundos no período de janeiro a abril de 1996, segundo dados da Andima (Associação Nacional das Instituições do Mercado Aberto).
Os dirigentes da Andima explicam que os fundos de 60 dias estão atraindo a atenção dos investidores por causa da rentabilidade superior à das cadernetas, fundões e fundos de 30 dias.
Os fundos de investimento de curto prazo (chamados também de fundões) têm a rentabilidade prejudicada pelo depósito compulsório (dinheiro que fica no Banco Central) de 40%. Para os fundos de 30 dias o compulsório é de 5%.
Os fundos de 60 dias não sofrem a incidência de compulsório e conseguem manter rentabilidade atraente para o investidor.
Há administradores de fundos que ponderam que os dados sobre a captação dos fundos de 60 dias estão "inflados" pela existência de fundos exclusivos, que possibilitam ao investidor (basicamente empresas) o resgate com rendimento antes do prazo final.
Rendimento projetado
O Banco Real estima que em aplicações, amanhã, o fundão vá render 0,7% (no período de 30 dias corridos); as cadernetas de poupança, 1,36%; os fundos de 30 dias, 1,72% e os fundos de 60 dias, 1,82% ao mês.
Os fundos estão atraindo os recursos de outras aplicações, como as cadernetas de poupança e os CDBs (Certificados de Depósito Bancário), que registram resgates superiores às aplicações.
As cadernetas estão perdendo rentabilidade em função da tendência de queda dos juros e da permanência do redutor da Taxa Referencial, que só será reduzido de maneira gradual a partir de julho.
As cadernetas de poupança apresentaram retiradas de R$ 2,5 bilhões este ano até abril.
A TR deverá refletir a queda dos juros dos CDBs por causa das recentes mudanças no recolhimento do compulsório. Isso acabou se refletindo no mercado de CDB, que sofreu, em abril, captação líquida (aplicações menos resgates) negativa de R$ 2,1 bilhões.
Revisão nos juros
A elevação no patamar da inflação em abril fez com que o mercado financeiro ficasse mais conservador em relação à tendência de baixa nas taxas de juros.
No mercado futuro de juros, na semana passada, houve ajuste para cima nas projeções das taxas.
Os juros se elevaram, também, no leilão semanal de títulos públicos. No leilão da terça-feira passada, os Bônus do Banco Central registraram taxa-over média de 2,84% ao mês, contra 2,79% na semana anterior.
Outro fato que ajudou na revisão das expectativas foi a realização de duas mudanças na minibanda cambial na semana passada, acumulando reajuste de 0,2% no mês. (RODNEY VERGILI)

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