São Paulo, domingo, 12 de maio de 1996
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Promoter inicia a profissionalização

LUÍS PEREZ
DA REPORTAGEM LOCAL

Uma nova profissão surge na calada da noite. É a de promoter, figura cada vez mais responsável pelo sucesso -ou fracasso- das mais badaladas casas noturnas.
Boemia e badalação, porém, não são a "praia" do promoter. Ele normalmente dorme e acorda cedo e trabalha muito para fazer a festa, sob sua responsabilidade, virar um grande acontecimento.
"Tenho dois dias na semana em que preciso criar festas e levar pessoas muito legais", diz Patricia Melo, 33, do Banana Banana (SP).
Remuneração variável
Segundo ela, a média salarial do promoter é de R$ 2.000 a R$ 3.000. Mas existem casos em que a remuneração atinge R$ 6.000.
A filosofia é: quanto mais pessoas comparecerem à festa, mais o promoter tem a ganhar. Isso porque geralmente ele recebe um fixo -em torno dos R$ 900- e o resto depende de seu desempenho.
"Costumo ir atrás de pessoas que se interessam fazer festas lá, seja uma agência de modelos, um cara da sociedade ou qualquer personalidade conhecida", diz Patricia. Para ela, "o trabalho é diferente e nunca monótono".
O promoter pode trabalhar por um contrato com a casa noturna ou como autônomo -a maioria atua para casas fixas, embora prefira a segunda opção, para não ficar preso a um contrato.
As casas, em geral, são rígidas. "Se o dia for bom, tudo bem. Se não for, a casa manda embora mesmo", diz a promoter.
Mas o promoter é responsável, muitas vezes, pela ressurreição da casa, promovendo, por exemplo, grandes reformas ou eventos.
"Há um crescimento da procura por esse profissional, graças ao aumento de casas", confirma Percival Maricato, 52, presidente da Abredi (associação que reúne estabelecimentos diferenciados).
"Há uma concorrência acirrada e uma preocupação maior com o atendimento ao cliente", afirma ele, que é proprietário do Bar Avenida, Cervejaria Continental, Danton e Carioca Club (SP).
Agente cultural
"O promoter deve ter tudo a ver com a casa para a qual pretende trabalhar. Ele é uma espécie de agente cultural." Para ele, o número de casas cresce porque, em época de desemprego, as pessoas abrem seus próprios negócios.
"Todos estão cada vez mais conscientes da importância da promoção", afirma Edu Gantous, 30, que trabalha como DJ (disc-jóquei) e promove sua noite de terça-feira no Massivo (SP).
"Um dia vai haver um sindicato de promoters", diz Maurício Marques, 22, o Pil, que promove no Columbia (SP) a Hell's Club. "Pena que nem todos ainda levem essa profissão a sério."

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