São Paulo, domingo, 12 de maio de 1996 |
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Palio 16V exige disposição para a velocidade
GRACILIANO TONI; RENATO ROMIO
No trânsito urbano, ou nas mãos de motoristas que gostam de dirigir com calma, o Palio perde um pouco a graça. O comportamento do carro é de um esportivo -um pouco mais civilizado, mas ainda assim esportivo. O Palio reclama um pouco ao andar devagar -o motor demora para subir de giro. Trajetos longos revelam problemas mais graves do Palio. O primeiro é o estridente ruído do motor -semelhante ao de uma enceradeira "envenenada". Muito agudo, acaba cansando. Outra falha está nos estalos da carroceria em piso irregular. No carro testado pela Folha e pelo Instituto Mauá de Tecnologia, a porta traseira esquerda fez barulho o tempo todo -como se estivesse mal fechada. Interior Mesmo caprichando no projeto do Palio, a Fiat não conseguiu fazer um carro mais racional que o Uno. O aproveitamento -ou, pelo menos, a sensação- de espaço do novo carro é pior. Donos de Uno e Prêmio são unânimes ao dizer que o Palio tem menos espaço que seus carros. O problema é mais sentido por motoristas altos, que ficam com a cabeça muito próxima ao teto. A falta de regulagem da altura do banco agrava o problema. Para baixinhos, a posição é ótima. Para qualquer um com mais de 1,75 m, as coisas se complicam. As colunas extralargas, na frente e atrás, e o teto baixo com o pára-brisa perto do rosto provocam sensação de aperto no Palio. O quebra-sol, mais escuro que o revestimento do teto, amplifica o mal-estar. Quem usa o porta-malas para levar objetos grandes também reclama do Palio. É mais difícil acomodar a carga nele. É mais difícil entrar no carro. Atrás, as portas são curtas, e é preciso elevar bastante as pernas para superar a estrutura da cabine. Comandos Até na frente há problemas de acesso. O mais irritante é a posição da fechadura, muito baixa. Se o motorista for ajustar o espelho, vai precisar de um pouco de malabarismo para alcançar os botões de ajuste, colocados na parte inferior do console. Para acionar ventilação, ar-condicionado ou o rádio, é necessário deslocar o corpo. A Fiat errou por pouco ao determinar a localização dos botões. Também não acertou no revestimento dos bancos. O tecido usado é feio e áspero. O anel de engate da marcha a ré, teoricamente importante para evitar danos ao câmbio, na prática só serve para atrapalhar o motorista. A ré entra com dificuldade, e o desengate também apresenta problemas. (GT) Colaborou Renato Romio, engenheiro mecânico da Divisão de Motores do Instituto Mauá de Tecnologia Texto Anterior: Montadoras começam a trazer importados 96 Próximo Texto: Novo Vectra CD é rápido e muito estável Índice |
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