São Paulo, segunda-feira, 13 de maio de 1996 |
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Mulheres da família têm poucas opções
CGF
Discriminadas pelas famílias se tentam trabalhar na empresa da qual são acionistas, muitas não conseguem também emprego em outros grupos, pois são consideradas "dondocas" entediadas. A realidade seria outra, segundo Yara Fontana, da família que controla o grupo Sadia. Problemas psiquiátricos No seu livro "Como fritar as Josefinas", ela cita vários casos de herdeiras que enfrentaram sérios problemas. Todas pediram para não ter seus nomes citados, por medo da reação de suas famílias, diz Yara. "Junto com uma amiga em situação semelhante", conta Yara, no livro, "consegui relacionar na família dela 21 mulheres adultas, filhas e netas do fundador da empresa familiar, das quais 19 tiveram ou têm problemas emocionais sérios. "Houve seis internações em hospitais psiquiátricos. Duas tentativas de suicídio. As restantes fizeram ou continuam fazendo uso de antidepressivos e calmantes." "Teoria do pinto" Por conviver com tantas amigas com problemas semelhantes aos seus, Yara diz, no livro, que acabou por desenvolver o que chama de "Teoria do pinto", que transformou numa equação matemática para explicar a ascensão muito mais rápida dos homens do que das mulheres nas empresas familiares. "A lei das sociedades anônimas estabelece que, quem possui 10% das ações, tem direito a assento no Conselho (de administração). "Mas a lei das empresas familiares é outra: quem tem 10% das ações tem direito a assento no Conselho desde que não seja mulher; e homem senta até com 0,5%". A partir dessas constatações, Yara criou a seguinte equação: "0,5% das ações da companhia + pinto = ou maior que gerência; 10% das ações da companhia - pinto = ou menor que zero" Texto Anterior: Empresa nega diferenciação Próximo Texto: Livro tem mais casos parecidos Índice |
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