São Paulo, terça-feira, 14 de maio de 1996
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Funerárias fazem rodízio para evitar disputa por cadáveres

DA AGÊNCIA FOLHA EM RECIFE

A diretoria do Hospital Regional de Garanhuns (229 km a sudoeste de Recife-PE) implantou um rodízio de funerárias para tentar acabar com a disputa por cadáveres.
Cada funerária passou a ter prioridade no enterro dos pacientes mortos por uma semana. No caso de a família do morto escolher outra empresa, a que está de plantão tem de ser ressarcida pela concorrente no valor do caixão.
Segundo o diretor-geral do hospital, Clóves Alves do Nascimento, 50, o sistema foi adotado porque funcionários estariam sendo agenciados para comunicar imediatamente as mortes às funerárias.
"As funerárias começaram a ser avisadas até da chegada de pacientes em estado grave", afirmou.
O diretor disse que se não tomasse uma atitude poderia "perder pacientes" por culpa de "algum irresponsável interessado em receber 20% do valor do enterro".
As funerárias confirmam a existência do agenciamento, mas atribuem a prática à concorrência.
As cinco funerárias de Garanhuns aderiram ao rodízio, mas uma desistiu sob alegação de que o sistema de ressarcimento não funcionava. O custo de um caixão em varia de R$ 80 a R$ 4.000.
No hospital regional morrem em média duas pessoas por dia. Nos finais de semana, esse número dobra. O hospital tem 189 leitos e atende pacientes de 22 municípios.

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