São Paulo, terça-feira, 14 de maio de 1996
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'Pequenos' têm 'heróis' no Paulista

DA REPORTAGEM LOCAL; DA FOLHA NORTE; DA FOLHA NORDESTE; DA FOLHA SUDESTE

Apesar de realizarem campanhas menos inspiradas no Paulista-96 do que nos campeonatos anteriores, os clubes "pequenos" ainda conseguem revelar "heróis".
São jogadores que se destacam em seus times e apresentam bons desempenhos em determinados fundamentos.
São eles Ryuler, zagueiro do XV de Jaú, nos desarmes; João Batista, meia do Novorizontino, nos passes; Jajá, atacante do Botafogo, nas faltas recebidas; e Gilmar, goleiro do Juventus, nas defesas.
Dessas quatro equipes, o XV e o Novorizontino estão seriamente ameaçados de cair à Série A-2 em 97. Ambos têm 21 pontos e ocupam o 14º e o 15º lugares, respectivamente. Seriam rebaixados se o campeonato acabasse agora.
O União São João, que está em 13º -fora da zona de rebaixamento-, acumula 27 pontos na competição, 6 à frente do XV e do Novorizontino. Faltam cinco rodadas para o término do segundo turno.
Por sua vez, o Botafogo, de Jajá, e o Juventus, de Gilmar, parecem livres dessa ameaça. Estão em 8º e 11º lugares, respectivamente.
Superioridade
Ryuler, João Batista, Gilmar e Jajá apresentam desempenhos superiores aos dos jogadores que mais se destacaram nos mesmos fundamentos no Paulista-95.
Enquanto Ryuler desarma 26,7 vezes por partida, o líder dos desarmes no ano passado, Antônio Carlos, então zagueiro do Palmeiras, fazia 24,7, em média.
Ryuler é seguido de perto pelo zagueiro Lica, do União São João, que realiza 26,6 desarmes. "Quando acabar o campeonato, espero receber propostas de outro clubes. A gente sempre trabalha pensando na possibilidade de jogar em algum time grande", afirma Lica.
Se, em 95, o goleiro Juliano, do União São João, realizava 5,3 defesas, Gilmar faz agora 7. Betinho, do Araçatuba, é o segundo do ranking atual, com 6,3 defesas.
"Com 39 anos, me sinto melhor do que quando jovem, porque estou mais experiente. Enquanto tiver condições físicas para realizar bem meu trabalho, vou continuar jogando", afirma Gilmar.
"Como a defesa do Juventus não mudou muito em relação ao campeonato do ano passado, o entrosamento também ajuda."
Nos passes, João Batista, com 93,8% de aproveitamento, supera Fred, então meio-campista reserva do Palmeiras, que alcançou 92,4% no campeonato passado.
A maior diferença, porém, se refere ao jogador mais "caçado" (aquele que mais sofre faltas): Jajá tem recebido 9,3 faltas por partida, contra as 6,2 que o atacante Alexandre, do União São João, recebeu em 95.
Em segundo lugar no atual campeonato, está o meia Geraldo, do Novorizontino, com oito faltas recebidas.
"Temos bons cobradores, o Carlos Zara e o Paulo César. Por isso, é bom tentar a finta para buscar as faltas", diz Geraldo.
Piores
Os clubes pequenos também lideram o ranking deste ano em dois fundamentos negativos.
Toninho, zagueiro da Ferroviária, é o jogador mais violento do campeonato, com 4,3 faltas cometidas, em média.
O lateral-direito Garrinchinha, do Araçatuba, é o atleta com pior aproveitamento nos passes, errando 41,4%.
O curioso é que as boas atuações do jogador no campeonato -é o vice-artilheiro do time, com seis gols- levaram o Lousano Paulista, da Série A-2, a contratá-lo por empréstimo.
Nos demais fundamentos acompanhados pelo Datafolha, a liderança pertence a jogadores de clubes grandes.

Colaboraram Folha Norte, Nordeste e Sudeste

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