São Paulo, terça-feira, 14 de maio de 1996 |
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Semana quente
JUCA KFOURI O jogo de hoje em Curitiba é muito mais difícil para o Paraná do que para o Palmeiras.Mas, dadas as condições de desgaste da máquina verde, não se espere um passeio ao estilo de Muller et caterva. O Verdão deve jogar pela primeira vez neste ano com o regulamento na mão, esperando fechado pelo adversário para tentar aniquilá-lo nos contra-ataques. Até Wanderley Luxemburgo há de se curvar diante do óbvio cansaço da equipe, o que privará os paranaenses do futebol que tanto encantamento vinha causando nos paulistas. Como o Palmeiras pode até perder, é possível começar a saborear desde já o duelo nas semifinais com o Grêmio. * Na quarta e na quinta mais dois jogões: Corinthians e Grêmio no lamentável Pacaembu e Flamengo e Internacional no Maracanã. * Quem está em melhor situação no duelo dos Mosqueteiros pela Libertadores é o time gaúcho. Não só porque faz o segundo jogo em casa mas, principalmente, porque planejou outra vez melhor que o adversário o fôlego do time para o que realmente importa. A incúria corintiana chegou ao ponto de tentar devolver a goleada ao Cruzeiro e colheu como resultado não só uma vitória inútil como a perda de um jogador importante como André Santos, capaz de jogar em qualquer lugar da defesa. A vantagem de decidir em casa é justa para os campeões da última Libertadores que, contudo, sabem bem o tamanho do desafio que enfrentarão diante desse Corinthians capaz de tudo, apesar do gramado do Pacaembu ser mais um aliado gremista. * Já o gramado do Maracanã ajuda quem tem mais técnica, embora no do Beira-Rio, também muito bom, a vantagem tenha sido do Inter. Verdade que Sávio não jogou e Romário só entrou em campo, isolado e anulado por Gamarra. Se o Maracanã é a casa do Mengo, dá ao Inter sua quase neutralidade e lá, seguramente, ninguém apedrejará o banco gaúcho como os torcedores do Inter fizeram com o banco carioca. Aliás, bem que as boas relações entre as direções do rubro-negro e da CBF poderiam servir para duas medidas singelas: interditar estádios que não ofereçam segurança para os visitantes e acabar com a evasão de renda no jogos da Copa do Brasil. Ou será pedir muito da CBF, tão interessada em organizar seminários para discutir o óbvio e incapaz de coibir velhas práticas tão banais? Voltando ao jogo, o Mengo é favorito para pegar o Cruzeiro nas semifinais. Principalmente se, como temem os colorados, for mesmo o árbitro sergipano Sidrack Marinho o escolhido para apitar Fla e Inter, ele que é rubro-negro fanático, segundo disse a Edmundo e o craque tratou de espalhar... * Está certo o Sílvio Lancellotti quando diz que o fim da Lei do Passe pode fazer com que os empresários substituam os clubes, criando o que chamou de "nova escravidão". Mas há uma diferença que me parece ponderável: o fim de uma situação autoritária para uma em que passará a imperar o livre arbítrio. Ou seja, ninguém será obrigado a ser de ninguém e só o será se quiser. Não faz diferença? Texto Anterior: Rivaldo diz que 'maratona' prejudica time Próximo Texto: Telê está com saúde estável, diz médico; Carlinhos é contratado pelo América carioca; Japão nega união com Coréia para Copa-2002 Índice |
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