São Paulo, quarta-feira, 15 de maio de 1996
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Mordomo, mordomia

NELSON DE SÁ
DA REPORTAGEM LOCAL

Boris Casoy armou-se com o seu sorriso de maior ironia para dar a manchete:
- O bicheiro Castor de Andrade tinha telefone, mordomo e cozinheira particular na prisão.
Mordomo, telefone celular e, na verdade, duas cozinheiras.
Bem que o corregedor da Polícia Civil lamentou-se ontem, no SBT, que o bicheiro é uma fonte de problemas.
É esperar passar o tempo, visitar a prisão e lá está ele, cercado de mordomia. Ontem, mordomo.
No episódio anterior, revoltado com a cobertura, Castor de Andrade disse, em desafio, que pode comer caviar, sim, e na prisão, sim.
Boris Casoy mal comentou, ao final. Opinar sobre episódios assim transforma a própria ironia, o próprio humor em pessimismo.
Alto nível
FHC se lamenta, reclama dos pessimistas, mas o certo é que, mesmo em meio ao "inferno astral", expressão da Bandeirantes, aprova o quer.
Alguns cargos, alguma conversa e a "base" se cala.
Na privatização da telefonia celular, ontem, encerrou a negociação "de alto nível", na expressão de inconsciente auto-ironia de Benito Gama, com mais uma votação de "rolo compressor".
E aprovou sem garantir o mesmo para qualquer outro banco estadual.
E olha que, segundo a própria Rede Brasil, a emissora estatal, "o setor mais beneficiado é o das multinacionais farmacêuticas, que têm no Brasil o quinto maior mercado do mundo".
FHC faz o que quer.
E-mail nelsonsa@folha.com.br

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