São Paulo, quarta-feira, 15 de maio de 1996
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Cena olímpica tem 7.000 computadores

RODOLFO LUCENA
DA REDAÇÃO

A primeira coisa que impressiona, quando você começa a investigar a parafernália tecnológica dos Jogos de Atlanta, são os números.
Mais de 7.000 microcomputadores estarão em uso. Fazendo o meio-de-campo, mais de 80 computadores médios e 18 estações de trabalho de alta velocidade.
No coração de tudo, duas centrais de dados e dois sistemas IBM de muito grande porte.
Os dados serão impressos em mais de 1.000 impressoras de mesa e 150 impressoras de alto desempenho, capazes de produzir mais de duas páginas por segundo.
A rede para conectar esse maquinário tem cerca de 1.500 km de cabos de fibras óticas -capazes de abrigar dados, imagens e voz em uma única linha- e outros 3.000 km de cabos de cobre. No total, fiação mais do que suficiente para ligar Florianópolis a Manaus.
Dados para 30 mil anos
A missão de todo o maquinário é garantir a imediata divulgação dos resultados olímpicos.
Os dados poderão ser obtidos com o toque de um dedo na tela de terminais multimídia colocados em hotéis e nas salas de imprensa.
Os jornalistas poderão receber os dados via pager -a cada fim de prova, o bip toca, as informações passam no visor do equipamento, que pode ser conectado a um micro e descarregar listas de resultados, recordes e medalhas.
Para o público em geral, uma rede de TV a cabo especialmente montada para os Jogos vai transmitir sinais de áudio e vídeo por até 60 canais, ao vivo, direto dos locais das competições.
Essa rede, a Scarlet Video Network, é capaz de transmitir 100 bilhões de bits por segundo -informação suficiente para encher um jornal diário durante 30 mil anos.
Dois terços da humanidade
O projeto de informatização das Olimpíadas ficou a cargo da IBM.
A empresa faz ainda a integração de equipamentos de outros fabricantes, também patrocinadores dos Jogos, como AT&T, Xerox, Motorola, Kodak e Swatch.
Com a Swatch, por exemplo, foram montados os sistemas de cronometragem das competições. Com a Kodak, os de credenciamento e produção de crachás.
O custo total da tecnologia não está disponível. A IBM divulga investimentos de US$ 40 milhões.
É previsível o retorno em imagem e exposição: a audiência acumulada é calculada em 3,5 bilhões de pessoas, cerca de dois terços da humanidade.

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