São Paulo, quinta-feira, 16 de maio de 1996 |
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Búlgaros resgatam seu legado cultural
ANA MARIA GUARIGLIA
São famílias que fazem parte de um grupo da antiga região da Bessarábia -território cercado pela Moldávia, nordeste da Rumênia e sul da Ucrânia. A partir de hoje, eles e seus descendentes estarão no Museu da Imigração para festejar os 70 anos da imigração para o Brasil. A programação traz a mostra de 80 fotos recolhidas entre as famílias, de documentos, objetos artesanais, religiosos e de uso pessoal. Também serão apresentados dois trabalhos do artista plástico Antônio Peticov, descendente de uma das famílias, e depoimentos dos imigrantes editados em vídeo. Segundo a historiadora Sônia de Freitas, 38, responsável pelas pesquisas e depoimentos orais do Museu, os búlgaros pretendem resgatar sua cultura. "Um dos objetivos é criar uma associação, que aglutine o grupo de imigrantes e as gerações de brasileiros", diz Freitas. Em maio de 1926, dezenas deles aportaram no Brasil, em busca de trabalho e melhores oportunidades sociais e econômicas. Júlio Dimov, um dos organizadores da exposição, chegou em São Paulo com 14 anos. Hoje, com 84, diz que a imigração poderia ter acontecido anos antes. "Os búlgaros se constituem em uma pequena comunidade mas contribuíram para o desenvolvimento do Estado, trabalhando em lavouras e na construção civil". As fotos formam a documentação histórica e social do grupo, mostrando cenas de casamento e de trabalhadores na construção do Viaduto do Chá. Há também registros de colonos debulhando arroz, em Santo Anastácio (SP), em 1934, e do time de futebol formado pelos imigrantes do bairro paulistano da Moóca, em 1930. Exposição: 70 anos da imigração búlgara Onde: Museu da Imigração de São Paulo (r. Visconde de Parnaíba, 1.316, tel. 011/692-9218, bairro do Brás, próximo a estação Bresser do metrô) Quando: a partir de hoje, das 10h às 17h; até 31 de maio Entrada: franca Texto Anterior: The Boom traz seu batuque com sotaque Índice |
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