São Paulo, quinta-feira, 16 de maio de 1996 |
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Pêra encena a cantora lírica Maria Callas
ELVIS CESAR BONASSA
"Ela foi a primeira grande atriz de ópera", diz Marília. Genial como cantora e absolutamente geniosa na vida, Callas possuía um temperamento "terrível", na definição da atriz, e amores difíceis. "Ela se casou com um homem 26 anos mais velho. Depois, se apaixonou pelo milionário Onassis, que a trocou publicamente por Jacqueline Kennedy", conta a atriz, que se interessou pela vida de Callas já há 15 anos. O amor com Onassis incluiu uma gravidez, abortada por exigência do multimilionário. A peça é baseada em aulas de canto dadas por Maria Callas entre dezembro de 1971 e fevereiro de 1972. Enquanto enfrenta seus alunos, irritada com medíocres, incomodada com os talentosos, a cantora rememora sua vida. "Ela dizia o que pensava, não havia quem chegasse perto. Nas aulas aparece todo o ressentimento com a juventude e as belas vozes", segundo Marília. Callas morreria cinco anos depois, em 77 -exatamente um mês após a morte de Onassis. Como professora, na peça, a personagem Callas não canta. Em certas passagens, serão usadas gravações da cantora. Mas Marília Pêra afirma que não vai resistir a soltar um pouco a voz em alguns momentos. "Eu vou dar uns agudos", diz a atriz. A direção é de Jorge Takla. Com um orçamento por enquanto em torno de R$ 500 mil, ele diz que pretende fazer uma superprodução -pelo menos para os moldes brasileiros. Mesmo com um enredo dramático, a peça funciona como comédia. "Em Nova York, a platéia morria de rir", diz Marília. (ECB) Texto Anterior: Peça retrata sofrimento e arte de Frida Próximo Texto: Gilberto Mendes toca em SP e lança CD Índice |
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