São Paulo, sexta-feira, 17 de maio de 1996
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O balcão de negócios de FHC

O BC destinou
4,6 bi do Proer para a viabilizar a transferência do Econômico

O governo avalizou
3,7 bi em dívidas de Estados e prefeituras

O Tesourou ofereceu
4,5 bi para projetos de congressistas

O BB teve
2,8 bi de prejuízo com renegociação de dívidas dos ruralistas

- Mudar a ordem econômica
. Em junho de 1995, o governo baixou um pacote de medidas para atender as reivindicações de bancada ruralista (parcelamento de dívidas vencidas, liberação de créditos, redução de juros dos financiamentos), cujo custo, segundo os integrantes da bancada, era de R$ 2,8 bilhões

- Aprovar o Orçamento de 96
. Em setembro, o governo ofereceu R$ 798,4 milhões em verbas com liberação garantida para os parlamentares, em troca da aprovação do projeto do orçamento

. A idéia era garantir para cada deputado ou senador uma verba de R$ 1,3 milhão, o custo médio de um açude no Nordeste

- Aprovar o Sivam e barrar a CPI dos Bancos
. O PPB recebeu o Ministério da Indústria, Comércio e Turismo -agora ocupado pelo deputado Francisco Dornelles- em troca de votos contra a CPI

. O senador Iris Rezende (PMDB-GO) indicou o presidente do Departamento Nacional de Produção Mineral

. O senador Ramez Tebet (PMDB-MS), relator do projetos sobre o Sivam e sobre a CPI, obteve a promessa da construção de uma ponte sobre rio Paraguai para fazer parecer pelo arquivamento da CPI e pela liberação do empréstimo para o projeto de vigilância da Amazônia

. O senador Antônio Carlos Magalhães (PFL-BA) conseguiu a aprovação da transferência do Banco Econômico para o Excel em troca do apoio ao Sivam. O BC destinou R$ 4,6 bilhões do Proer para viabilizar a venda do banco baiano

- Prorrogação do FSE e mudanças no IR
. O governo ofereceu a liberação de recursos de R$ 2,6 bilhões para atender projetos dos parlamentares em seus Estados em troca da prorrogação do Fundo Social de Emergência e das mudanças no Imposto de Renda

. Os parlamentares também negociaram a nomeação dos ocupantes de 300 cargos públicos federais

- Aprovar a reforma da Previdência
. O governo prometeu liberar R$ 30 milhões para a construção de um canal ligando os açudes Curumas e Mãe D'Água, para reverter os votos de cinco deputados dissidentes do PMDB da Paraíba

. O Executivo prometeu liberar outros R$ 30 milhões para o governador Valdir Raupp (PMDB) para obras de restauração da BR-364 e projetos de eletrificação rural. Um dos seis deputados dissidentes do Estado recebeu cargos na Teleron

. O governo indicou protegidos de deputados dissidentes do PMDB do Paraná e Minas Gerais para superintendências da Rede Ferroviária Federal nos dois Estados

. O governador do Tocantins, Siqueira Campos (PPB), obteve o avalo do Tesouro Nacional para um empréstimo externo de US$ 220 milhões, em troca do apoio de parlamentares à reforma. Deputados dissidentes também receberam cargos

. O governador de Alagoas, Divaldo Suruagy (PMDB), obteve o aval do Tesouro para um empréstimo externo de US$ 200 milhões

. A governadora do Maranhão, Roseana Sarney (PFL), recebeu um pacote de verbas do governo federal no valor de R$ 131 milhões

. FHC prometeu federalizar dívidas mobiliárias da Prefeitura de São Paulo no valor de R$ 3,3 bilhões, em troca do apoio dos parlamentares do PPB à reforma da Previdência. Até agora, o governo assumiu R$ 700 milhões do total

. Para obter votos da bancada mineira, o governo se comprometeu a apoiar emenda à medida provisória do Banco do Brasil propondo que o Tesouro assuma o prejuízo de R$ 892 milhões da empreiteira Mendes Júnior, decorrente da Guerra do Golfo

. Os ruralistas vão contar com um projeto de lei do governo que vai dificultar a cobrança de dívidas de proprietários rurais junto ao Banco do Brasil

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