São Paulo, sexta-feira, 17 de maio de 1996
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Hipótese Serra paralisa articulações

CARLOS EDUARDO ALVES
DA REPORTAGEM LOCAL

A possibilidade de o ministro José Serra disputar a Prefeitura de São Paulo paralisou as articulações em vários partidos.
A primeira vítima, óbvio, foi o PSDB, o partido do ministro do Planejamento.
Embora Serra venha reiterando que não será candidato, os próprios tucanos desconfiam que pode haver mudança.
O governador Mário Covas queria ter definido pelo menos o processo de escolha do candidato no último fim-de-semana. Sem consenso ou nome forte para apresentar, Covas recuou e não sugeriu data para definir a questão.
Embora não aposte na chance de Serra entrar no páreo sucessório, o deputado estadual Walter Feldman, um dos pré-candidatos tucanos, resumiu o clima no PSDB: "O dia mágico é 2 de junho", disse, referindo-se à data-limite para Serra abandonar o Ministério do Planejamento, caso queira concorrer em outubro.
Uma ponta da análise peessedebista que ainda acha ser possível a candidatura de Serra argumenta que o governo federal teria interesse em adiar o anúncio da saída de Serra da equipe de FHC para, assim, poder costurar a sucessão ministerial longe das previsíveis pressões da sua conturbada base de sustentação parlamentar.
PFL
O "efeito Serra" também chegou ao PFL paulista, que tende a uma aliança com o malufismo na sucessão paulistana, mas já se acautela com uma possível mudança no quadro de candidatos.
"Estamos esperando uma proposta do PSDB", diz Antônio Cabrera, presidente do PFL em São Paulo e secretário de Agricultura do governo tucano em São paulo.
O PFL pretende reunir até segunda-feira o colegiado criado para definir seu caminho na eleição na capital paulista.
A tendência do PFL, principalmente pela pressão de deputados interessados no apoio de Maluf em disputas no interior do Estado, ainda é favorável a Celso Pitta, candidato do PPB em São Paulo.
A eventual candidatura Serra também está inibindo a articulação que tenta transformar o senador Romeu Tuma (PSL) em candidato.
Com a entrada de Serra na disputa, o apoio do meio empresarial a Tuma estaria comprometido.

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