São Paulo, sexta-feira, 17 de maio de 1996 |
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Rio compra 'no break' que não consegue instalar
SERGIO TORRES
O equipamento pesa 3,5 toneladas. Está destinado a ocupar uma sala no 3º andar do quartel, onde funciona o centro de operações de rádio e comunicações da PM. Laudo de engenharia preparado pela PM mostra que o piso da sede da corporação não aguentará as 3,5 toneladas. Além disso, para o equipamento chegar à sala, será preciso derrubar três paredes. A aparelhagem não passa pelas portas. Também não há escadas e elevadores amplos o suficiente para a passagem do aparelho. O risco de desabamento já atrasa em dois meses a entrega da aparelhagem pela empresa IBM. O equipamento, conhecido como "no break", se destina a impedir a perda da memória de computadores em caso de falta de energia. O "no break" comprado pela secretaria é um dos maiores da América do Sul. Ele é capaz de funcionar por até uma hora sem energia. Os "no breaks" usados no Brasil costumam ter um tempo de ação entre 5 e 10 minutos. Para o presidente do Clube dos Oficiais da PM, coronel Ivan Bastos, não é preciso um "no break" tão potente, pois há dois geradores na sede da PM. "Um de dez minutos resolveria. Quando falta luz, o 'no break' entra em ação, e dez minutos é tempo suficiente para o gerador funcionar", disse ele. A solução apresentada pela PM à SSP é instalar o equipamento em uma sala vazia no térreo do quartel. Mesmo no térreo, a aparelhagem exigirá obras no prédio. O piso do quartel terá de ser reforçado. O estudo da PM indica que será necessária a substituição do atual piso pré-fabricado por lajes de concreto. O laudo de engenharia diz que, se posto no 3º andar, o aparelho afundará o chão, desabando sobre o segundo pavimento e o térreo. Toda a estrutura da ala do quartel voltada para a avenida Chile será abalada pelo desmoronamento. Situado na rua Evaristo da Veiga, o prédio foi construído no século 18. A PM o ocupa desde 1809. A compra do "no break" integra um pacote de equipamentos de informática e treinamento de pessoal contratado pela SSP à IBM por R$ 5,1 milhões. Só a IBM apresentou proposta na licitação. O assessor de comunicações e informática da SSP, coronel Ronaldo Braga de Oliveira, disse que estuda "um redimensionamento" e uma "reavaliação" do "no break". "O contrato está pronto, porém falta alinhavar os finalmentes." Texto Anterior: Testemunha contra PMs é assassinada Próximo Texto: Parque diz não ser culpado pela morte Índice |
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