São Paulo, sexta-feira, 17 de maio de 1996
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Elementar

JUCA KFOURI

Grêmio e River Plate devem fazer a final da Libertadores. E o representante brasileiro que seguirá adiante é gaúcho por uma razão tão óbvia que fica até cansativo repisar: apesar de todo esforço dos jogadores e dos torcedores corintianos, o Grêmio foi o único time brasileiro que se preparou para a Libertadores.
Você se cansará de ouvir: se o Grêmio pôde fazer três no Pacaembu, o Corinthians também poderá fazer no Olímpico.
Mas é mentira. Não fará. E não fará porque, como em 1991, o Corinthians, sempre dirigido por quem não tem a dimensão da grandeza alvinegra, quis ganhar tudo e colheu como resultado o eterno não ganhar nada.
Havia apenas uma equipe disputando um jogo da Libertadores anteontem, em São Paulo: a do Grêmio. Desnecessário dizer que, com Alexandre Lopes, não se vai longe, mais um alerta para Zagallo que, com ele, planeja buscar o ouro nos Jogos Olímpicos. Mas Alexandre Lopes é detalhe.
Danrlei mostrou que é tão filho de Deus como Marcelinho, se não for mais. E Jardel e seus companheiros mostraram à exaustão como se joga uma Libertadores.
Menos mal, e o corintiano que me desculpe: o futebol brasileiro tem tudo para ganhar sua oitava Libertadores. Com o Corinthians, o sonho poderia acabar antes do River, poderia acabar na Colômbia.
Eu até lamento, mas não deixo de fazer constatação tão elementar.
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O técnico gremista Luiz Felipe alimenta dois sonhos: o primeiro é voltar a Tóquio neste ano com um Grêmio diferente. Ele defende que, se chegar lá, o tricolor deve pedir emprestado alguns jogadores só para este jogo. Rivaldo, por exemplo, se o Palmeiras não estiver disputando as finais do Brasileirão. Ou quem quer que seja, como, aliás, o próprio Grêmio fez em 1983 ao contratar Paulo César Caju e Mário Sérgio.
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Por sinal, que disputa fantástica será esta da Copa do Brasil entre Palmeiras e Grêmio. Pena que tão espremida neste calendário teixeresco e faraônico.
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O segundo sonho de Luiz Felipe é ir trabalhar no Japão no ano que vem. E quer levar com ele só dois jogadores: o zagueiro Andrei, para bater as faltas de longe, e Marcelinho, para bater as de perto. "Ganho tudo só na bola parada", confidenciou.

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