São Paulo, sexta-feira, 17 de maio de 1996
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'Dama' vive da forma

INÁCIO ARAUJO
DA REDAÇÃO

O Multishow, um canal normalmente tímido em matéria de filmes, tem agenda cheia na sexta-feira. Começa com "A Dama do Cine Shangai", de Guilherme de Almeida Prado (às 22h30), prossegue com "A Última Chance", de Roger Spottiswoode (1h30), e termina com "A Lenda do Santo Beberrão", de Ermanno Olmi (3h15).
O último vem da Itália e ganhou o Festival de Veneza em 1988, o do meio tem Robin Williams e um diretor norte-americano um tanto subestimado, mas de muito nível.
Por fim, "A Dama" fez a fama de Almeida Prado, em 1987, como um dos realizadores brasileiros mais talentosos de sua geração. Este último merece duas palavras a mais.
O talento e o cuidado na realização estão, efetivamente, lá. Mas há uma sobrecarga de referências e um excesso de formalismo que o prejudicam. Nesse sentido, o filme seguinte de Almeida Prado, "Perfume de Gardênia", quase passou em branco. Parece ser uma tendência brasileira. Jogue poeira nos olhos que você vira gênio. Mostre coisas vitais, com verdade, e será pouco notado.
(IA)

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