São Paulo, sexta-feira, 17 de maio de 1996
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Hizbollah planejava atentado, diz Israel

Bomba feriu libanês em Jerusalém

PATRICK COCKBURN
DO "THE INDEPENDENT", EM JERUSALÉM

A polícia de Israel revelou ontem que um libanês do Hizbollah ficou gravemente ferido na explosão de uma bomba em um hotel de Jerusalém. Segundo as autoridades, sua intenção era explodir um avião civil israelense.
A revelação do incidente, ocorrido em 12 de abril, aumentou o temor de que haja atentados antes da eleição no país, em 29 de maio.
A Justiça de Israel proibiu por várias semanas a divulgação do caso. Hussein Mohammed Hussein Mikdad perdeu as pernas, uma das mãos e ficou cego com a explosão da bomba, detonada precocemente quando ele a manipulava.
Segundo a polícia, ele entrou no país em 4 de abril, vindo de Zurique (Suíça), usando um passaporte britânico roubado.
Passou alguns dias em Tel Aviv e mudou-se no dia 9 para um hotel de setor árabe de Jerusalém. Três dias depois, durante a ofensiva israelense contra o sul do Líbano, a bomba explodiu.
A polícia afirmou que ele pretendia usar um aparato feito com explosivos plásticos, escondido em um rádio, para explodir um avião da companhia El Al, de Israel.
Não se sabe por que ele escolheu explodir um avião que partisse de Israel, já que a segurança nos aeroportos do país é mais severa do que nos aeroportos de onde os aviões da El Al partem.
A fonte das informações divulgadas pela polícia também é desconhecida. O estado de Hussein é grave demais para que ele pudesse ter dado depoimento.
As autoridades israelenses disseram também que o terrorista trabalhou na Embaixada do Irã em Beirute. Em um comunicado, o Hizbollah negou que Hussein tenha qualquer ligação com o grupo.
Os israelenses celebraram ontem os 29 anos da conquista da parte oriental de Jerusalém. A segurança foi reforçada, e o trânsito na cidade ficou parado.
Cerca de 2,3 milhões de palestinos de Gaza e da Cisjordânia estão proibidos de entrar em Israel até domingo.

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