São Paulo, sábado, 18 de maio de 1996
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1º grau vai receber lista com aprovados

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A comissão que analisou os cerca de 500 livros adotados pela FAE (Fundação de Assistência ao Estudante) não se limitou a listar os títulos que continham falhas graves.
Também será elaborado um catálogo com sugestões de livros considerados de boa qualidade nas quatro principais disciplinas do 1º grau: matemática, ciências, português e estudos sociais.
O catálogo será distribuído pelas escolas de 1º grau para orientar a escolha dos professores.
A falta de orientação e treinamento dos professores da rede pública é uma das responsáveis pela grande quantidade de livros inadequados distribuídos pela FAE.
Segundo a Folha apurou, o MEC não quer que a divulgação precipitada do relatório da comissão chame mais atenção para os livros de má qualidade do que para os bons exemplos.
Apesar de desagradar às editoras, a avaliação e a elaboração do catálogo contam com apoio dos autores de obras didáticas.
A Associação Brasileira de Autores de Livros Didáticos, por exemplo, vem colaborando com o MEC desde o ano passado na avaliação dos livros.
Para evitar críticas das editoras e para dar mais credibilidade ao trabalho de avaliação dos livros, a comissão elaborou um documento que enumera os critérios utilizados na análise.
Concluído em setembro de 1995, o documento também tem como objetivo orientar as próprias editoras para evitar erros futuros.
Problema antigo
O número elevado de livros usados pelas escolas de 1º grau com falhas graves não é novidade no país.
Em 1994, por iniciativa do então ministro da Educação Murilo Hingel, uma comissão de 23 professores analisou 90% dos livros didáticos usados no primário.
Os maiores problemas foram encontrados nos livros de estudos sociais, considerados simplistas e preconceituosos.
Nos livros de história, por exemplo, o papel do negro na construção da sociedade brasileira era colocado em segundo plano.
Na ocasião, as editoras foram advertidas e se comprometeram a corrigir as falhas apontadas.
Mas alguns livros continuaram sendo vendidos com os mesmos problemas. Para fugir do controle do MEC, as editoras mudaram o título das obras reprovadas.

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