São Paulo, sábado, 18 de maio de 1996
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Batida mata o pole das 500 Milhas

Circuito vê a 66ª morte

MAURO TAGLIAFERRI
DA REPORTAGEM LOCAL

O piloto norte-americano Scott Brayton, 37, morreu às 14h50 (de Brasília) de ontem após sofrer acidente em treino livre para as 500 Milhas de Indianápolis.
O piloto largaria na pole-position da corrida, marcada para dia 26 e válida pelo campeonato da Indy Racing League (IRL).
Seria a 15ª participação do norte-americano nas 500 Milhas e a segunda vez que ele sairia na frente -foi o pole em 95.
Brayton contornava a curva dois do circuito oval a mais de 370 km/h quando, segundo testemunhas, teve um pneu furado.
O carro se desgovernou, rodou e percorreu cerca de 180 metros antes de se chocar contra o muro. O acidente aconteceu às 14h17.
O norte-americano foi retirado inconsciente do carro e levado ao hospital Metodista, em Indianápolis (EUA). Lá, foi declarado morto.
Segundo o diretor-médico da pista, Henry Bock, porém, Brayton já chegou sem vida ao hospital. "Ele morreu em consequência dos ferimentos sofridos", disse.
"Retardamos o anúncio até que os membros de sua família pudessem ser notificados", acrescentou.
Números
Brayton entra para as estatísticas da corrida mais famosa -mas também mais perigosa- do mundo. É o 66º piloto a morrer no Indianapolis Motor Speedway. Desses, 40 morreram em treinos.
O último havia sido Jovy Marcelo, em acidente durante treino para a corrida de 92.
Na sessão de ontem, o norte-americano optara por usar seu carro reserva, um Lola-Ford fornecido pela equipe Menard.
O acidente com Brayton foi o terceiro desde que os treinos para as 500 Milhas começaram, no último dia 4. Scott Harrington e Johnny Parsons, porém, saíram apenas com hematomas de suas batidas.
As colisões, no entanto, já eram previsíveis. As velocidades atingidas este ano em Indianápolis impressionaram até experientes pilotos da Indy.
Numa tentativa de promover sua corrida, a IRL ampliou o limite para as válvulas limitadoras do turbo dos motores. Em outras palavras, aumentou-lhes a potência e, consequentemente, a velocidade.
Colaboraram ainda para tal incremento a melhoria dos pneus e o recapeamento do circuito.
Assim, chamaria mais a atenção da mídia e do público, no primeiro ano em que a corrida não pertence ao calendário da Indy.
O perigo aumenta se se considerar que há 27 pilotos inscritos para a prova que jamais participaram de uma edição das 500 Milhas.
Além disso, para tornar a categoria mais acessível a pequenos empresários dos EUA, a IRL permitiu que carros ano 92 -defasados- competissem na liga.
(MT)

Com as agências internacionais

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