São Paulo, sábado, 18 de maio de 1996 |
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Moscou e Londres trocam expulsões
IGOR GIELOW
Os nomes dos diplomatas envolvidos no incidente, o mais grave desde o fim da Guerra Fria, não foi divulgado. No dia 6, Moscou havia anunciado a prisão de um espião entre seus quadros diplomáticos. Ele teria dito que estava vendendo segredos aos britânicos e "entregou" envolvidos no suposto esquema. Para Londres, a acusação é "injustificável". Mas, disse o Foreign Office (equivalente a Ministério das Relações Exteriores), a retaliação é inevitável. Rede O governo britânico mantém cerca de 200 espiões em solo russo, enquanto Moscou orienta um contingente 50% menor em Londres e outras cidades do Reino Unido. Os números foram estimados para a Folha por um alto oficial do governo britânico ligado às agências de inteligência do país. Ele concordou em conversar com a reportagem com a condição de não dar seu nome e posto. A prática de expulsão mútua de diplomatas, conhecida como "tit-for-tat" (algo como "pagar na mesma moeda", em inglês), ocorreu três vezes entre os então soviéticos e britânicos durante a Guerra Fria. Depois, a dúvida nos meios diplomáticos ocidentais era a finalidade de se manter a rede de espionagem. "Os russos ainda têm controle sobre quase 10 mil ogivas nucleares", resumiu o oficial. A venda de armas e tecnologia nuclear, especialmente para o Irã, também é uma preocupação constante dos ocidentais. Moscou vendeu algo entre US$ 3 bilhões e US$ 7 bilhões em armas nos anos 90, segundo o Instituto Internacional de Estudos Estratégicos, e ajuda na construção da primeira usina nuclear iraniana. Segredos A rede organizada pelos russos tem outros objetivos. Basicamente, ela não serve a motivos ideológicos e sim a dinheiro -são espiões recrutados em empresas britânicas, com salário fixo. O objetivo: roubar segredos industriais para tentar injetar tecnologia nas empresas russas. Em 1993, no último grande caso do gênero no país, um engenheiro eletrônico foi condenado a 25 anos de prisão por vender informações de empresas aos russos. Trabalham em Londres 45 diplomatas russos, e 80 britânicos, em Moscou. Texto Anterior: Liberal Iavlinski negocia apoio Próximo Texto: Reféns na Índia morreram, diz rebelde Índice |
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