São Paulo, domingo, 19 de maio de 1996 |
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Avenidas disputam espólio da Paulista
LUCIA MARTINS
A Brigadeiro Faria Lima (zona oeste) e a Engenheiro Luís Carlos Berrini (zona sul) dividem as atenções de empresas que abandonam a principal avenida paulistana. A Folha relacionou nove grandes empresas que deixaram a Paulista. O destino é quase sempre a Berrini ou a Faria Lima, que deve ter a ampliação concluída até o fim do ano. Ao mesmo tempo, a avenida que abrigou casarões no começo do século vive a ameaça de se tornar uma nova São João (centro). Enquanto o Minhocão foi a causa da derrocada da avenida no centro, na Paulista os problemas são os congestionamentos, os camelôs e os índices de criminalidade -principalmente os assaltos nos semáforos. O fato de a Paulista ser o palco de quase todas as manifestações na cidade é outro fator que afugenta empresários e investidores. "Precisamos de um local que fique longe de manifestações e desse trânsito", diz Andrés Espinosa, presidente da Visa, que quer sair da Paulista para ocupar um andar no edifício do São Paulo Market Place (Morumbi, zona sul). A opinião geral é que a maior avenida de São Paulo -ela ainda concentra a segunda maior área em número de escritórios, perdendo apenas para o centro- cobra muito e pode oferecer pouco. "Fizemos uma análise e concluímos que o melhor lugar para construir nosso prédio próprio seria a Berrini", diz Paulo Carneiro, diretor de divulgação da Rede Globo. Aluguel Um dos resultados dessa migração é a variação no preço dos aluguéis. Nos últimos três anos, o preço da locação subiu 90% na Berrini. Na Paulista, houve queda de 25%. O aluguel na Faria Lima se manteve praticamente igual, mas o preço de venda subiu 50%. Alguns arquitetos acreditam que as mudanças significam apenas que a cidade está crescendo. "A Paulista sempre será importante", diz o arquiteto Júlio Neves. LEIA MAIS sobre a "migração" na cidade da pág. 2 à 6 Próximo Texto: Vôo revela diferenças entre 'mãe' e 'filhas' Índice |
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