São Paulo, domingo, 19 de maio de 1996
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Homem perde vergonha e adota cremes

SUZANA BARELLI
DA REPORTAGEM LOCAL

Como esse é um caderno chamado Dinheiro, começaremos com números: 25% do faturamento da Natura vêm da linha masculina (há cinco anos, eram 18%); 60% dos lançamentos da Phytoervas serão para homens (em 1991, eram 20%) e 10% dos clientes de uma esteticista de São Paulo são executivos (há quatro anos, era 1%).
Todas essas cifras mostram que os homens estão mais assumidos: executivos enchem os consultórios de dermatologia, fazem tratamentos para manter o bronzeado no inverno e aceitam qualquer negócio para adiar a primeira ruga.
Nilton Alcoran, 37, dono de uma empresa de informática que leva o seu nome, usa hidratante todo dia e faz limpeza de pele mensalmente para combater rugas. "Depois dos 35 anos, o homem precisa se cuidar, aparência é importante", diz Alcoran, casado e pai de três filhos.
Um personagem mais ilustre? O presidente norte-americano Bill Clinton mantém a pele bronzeada graças ao uso diário do pó Terracotta da Guerlain.
Otávio Macedo, dermatologista, confirma: "Os homens não querem mais envelhecer. Perderam a vergonha de passar cremes."
Macedo diz que os homens devem começar a se preocupar com as rugas a partir dos 25 anos.
Os especialistas em recursos humanos defendem a vaidade. "Pessoas preocupadas com rugas, por exemplo, são vistas como profissionais ambiciosos, que cuidam bem do próprio cargo", diz Claudir Franciatto, vice-presidente da consultoria Catho.
O publicitário Francisco Marin, 43, casado, pai de dois adolescentes, concorda com Franciatto: "As rugas me assustam e, no trabalho, a aparência é essencial."

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