São Paulo, domingo, 19 de maio de 1996
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Economista fica restrito à área de finanças

CARLA ARANHA SCHTRUK
DA REPORTAGEM LOCAL

Baixo salário não é problema para o economista -ele ganha, em média, R$ 2.800.
O profissional tem, sim, dificuldade em trabalhar em áreas não ligadas a instituições financeiras.
Segundo Waldir José de Quadros, 46, diretor do Instituto de Economia da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), os bancos, de uma forma geral, e as bolsas de valores são atualmente os principais empregadores de economistas.
Outra área que também oferece emprego é a de comércio exterior. Mas várias outras especializações da economia estão estagnadas.
"Quem quer mexer com planejamento econômico e outras questões de economia pura, está perdido. Não vai conseguir."
Para Denisard Alves, 53, diretor da FEA/USP (Faculdade de Economia, Contabilidade e Administração da Universidade de São Paulo), muitas vezes o economista é aproveitado como administrador de empresas.
"Quem faz uma boa faculdade sai com uma ótima formação técnica, dominando matemática, estatística e conceitos de finanças. Então até pode trabalhar em áreas correlatas."
Carreira
Quem começa como trainee pode receber até R$ 1.500 mensais. Mas há empresas que pagam R$ 400, segundo o professor.
Para Sideval Aroni, 43, presidente do Sindicato dos Economistas do Estado de São Paulo, as capitais dos Estados -principalmente São Paulo e Rio- são as que oferecem as maiores remunerações.
No interior, segundo ele, ainda há poucas oportunidades. "Mas, mesmo nos grandes centros, o mercado está cada vez mais restrito às empresas privadas, enquanto nos anos 70 o governo empregava vários economistas."
Segundo Alves, da FEA, a tendência é de o governo oferecer cada vez menos oportunidades de emprego na área. "O setor público está falido, e não há perspectiva de mudanças."
"A saída é batalhar por trabalho em empresas privadas e estar preparado para enfrentar uma forte concorrência", afirma.
Para estar mais bem aparelhado para os processos de seleção, é fundamental falar inglês fluentemente e dominar informática, segundo Alves.
O candidato também precisa demonstrar que possui um alto grau de conhecimento técnico.
"Diploma de boa faculdade também faz diferença."
(CAS)

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