São Paulo, domingo, 19 de maio de 1996
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O santo da vez

JUCA KFOURI

Que Eduardo Amorim cairia eram favas contadas. Restava saber se antes ou depois da desclassificação consumada. Pois caiu antes.
Seu erro maior foi o de não ter feito pé-firme e exigido um planejamento com vistas apenas à Libertadores. Mineiro, conciliador, foi degolado, embora seja muito menos culpado que quaisquer dos cartolas corintianos.
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O santo escalado para fazer "O Milagre da Devolução dos Gols" é Valdir Espinosa, um gaúcho que sabe falar a língua da Libertadores e com quem vai se tentar, como num golpe de mestre, evitar a desclassificação consumada.
Em futebol tudo é possível, até o improviso dar certo. Mas, como o aluno que não estudou nada durante o ano inteiro e aposta tudo na prova final, o Corinthians quer fazer em uma semana o que não fez em cinco meses. E Deus só ajuda quem cedo madruga.
Como Deus será fundamental no jogo da sexta-feira que vem, Espinosa já pode ir pensando no Campeonato Brasileiro e numa despedida honrosa da Libertadores. Ou na canonização.
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Finalmente ficou pronto o livro "A Violência no Esporte", organizado pela Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania do Estado de São Paulo, uma reflexão nascida após a tristemente famosa decisão da Taça São Paulo de futebol júnior, em agosto de 1995, reunindo São Paulo e Palmeiras.
São 24 artigos de 24 autores diferentes, entre políticos, autoridades, psiquiatras, ex-atletas, sociólogos, juristas e jornalistas.
Um painel heterogêneo o suficiente para fazer pensar e para continuar na busca de soluções. Um marco, também, para não permitir que se esqueça o tamanho da barbárie que teve o Pacaembu como palco.
O lançamento será no dia 31, na Faculdade de Direito do Largo São Francisco, ao meio-dia, quando os autores, entre eles Pelé e Mário Covas, deverão participar de uma imensa tarde de autógrafos.
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Os jogadores prometem uma grande reunião amanhã, no Rio de Janeiro, pelo fim da Lei do Passe. Só vendo para crer.
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Laerte Alves e Wilson Cattani indiciados. Marcos Chedid sob ameaça de cassação de mandato. Tarda mas não falha?
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Assédio ou extorsão, eis a questão.

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