São Paulo, domingo, 19 de maio de 1996
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FIA e Disney se unem para renovar a F-1

JOSÉ HENRIQUE MARIANTE
ENVIADO ESPECIAL A MÔNACO

Um ambicioso plano de marketing fez a Federação Internacional de Automobilismo (FIA) se unir aos estúdios Disney.
E a nova parceria deve renovar a F-1, transformando-a em um negócio ainda mais rentável.
Os primeiros passos nesse sentido foram dados já no GP da Europa, em Nurburgring (Alemanha), quando os torcedores alemães foram convidados a visitar uma vila de entretenimento.
Lá, podiam comprar produtos relacionados à categoria e aproveitar alguns serviços, como bar e fliperama, além de um telão com imagens da pista.
Lojas com produtos inspirados na F-1 são bastante comuns na Europa. Mas a maior parte desse comércio, até hoje, era feita ilegalmente.
A partir desse ano, assessorada pela SLS (Special Licensing Service), empresa do grupo Disney especializada em licenciamento, a FIA busca oficializar esses "camelódromos".
Duas equipes, a Benetton e a Jordan, já assinaram contrato com a SLS, e cinco pilotos, entre eles Rubens Barrichello, foram convidados a participar do negócio.
Preços
Os produtos oficiais são claramente de melhor qualidade, também graças à SLS. Mas custam mais caro que os informais. Um exemplo é o boné igual ao de Michael Schumacher.
O que tem o selo da FIA custa de US$ 30 a US$ 40, enquanto as falsificações variam de US$ 10 a US$ 20, conforme a qualidade.
A tendência é que todos os times e pilotos acabem atrelados à SLS e que os produtos sejam vendidos apenas nas tais vilas, que serão itinerantes, como a categoria.
Está quase certo também que a cadeia de fast-food McDonald's entre no jogo a partir do próximo ano, ficando responsável pela oferta de alimentação nas vilas.
O passo seguinte seria a promoção de shows de astros internacionais e eventos paralelos em todas as corridas, dando ainda mais opções a quem for aos autódromos.
Para colocar o selo em um produto, porém, a FIA está cobrando 12,5% de royalties, o que pode intimidar os interessados.
Mas o grande apelo é que o produto, no futuro, será comercializado também nas lojas Disney, uma cadeia mundial para vender artigos baseados nos personagens de seus filmes e desenhos.
Ou seja, a história tem um final feliz para todos. Mas, principalmente, para a FIA.

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