São Paulo, domingo, 19 de maio de 1996
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Treinamento pode evitar tragédias

OSCAR RÖCKER NETTO
DA REPORTAGEM LOCAL

A diferença entre uma grande tragédia e um acidente corriqueiro em um condomínio é tênue e pode residir em um item simples: o treinamento dos funcionários.
Em uma cidade como São Paulo, com milhares de edifícios, o treinamento não é luxo, mas uma necessidade urgente. Felizmente vem crescendo a procura por cursos específicos para esse fim.
Os cursos ensinam, entre outras coisas, a extinguir vazamentos de gás ou princípios de incêndio antes que tomem grandes proporções e danifiquem todo o prédio.
Acidentes não escolhem hora nem lugar. Nascem de um descuido da dona-de-casa que deixa a panela no fogo e sai para fazer compras ou da criança que acha divertido desconectar a saída de gás.
Rapidez
Segundo o bombeiro aposentado Lázaro Carlos Dama, 54, que dá cursos para condomínios desde 1980, o fogo se propaga em uma proporção de 50 vezes seu tamanho por minuto, desde que tenha combustível para tanto.
"O fogo tem que ser extinto em dois ou três minutos", diz José Pereira, 47, diretor da Mestra Segurança do Trabalho. "E só quem pode resolver o problema nesse tempo é o zelador ou o morador."
Midori Sano, 45, diretora da Megatrends Assessoria e Treinamento, resume a importância de ter funcionários preparados: "Se o condomínio for organizado, a probabilidade de ocorrer problemas mais graves é muito menor".
Ela diz que o grande problema em caso de incêndio é o pânico que toma conta das pessoas -tanto de funcionários quanto de moradores. "Sabendo o que tem que ser feito, ele (o funcionário) vai ser muito mais seguro e eficaz."
A principal ênfase dos cursos, no entanto, diz respeito à prevenção de acidentes. Um dos problemas é a falta de participação dos moradores. "Eles não comparecem aos treinamentos", afirma Dama.

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