São Paulo, domingo, 19 de maio de 1996
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Estudo revela mortalidade das franquias

ALINE SORDILI
EDITORA DO TUDO

O índice de mortalidade das franquias não depende do ramo de atividade ou do investimento inicial na abertura do negócio.
Essa é a conclusão do estudo realizado nos Estados Unidos pelo pesquisador Scott Shane.
Segundo o levantamento, das 138 empresas que começaram a franquear em 1983, menos de 25% continuaram no franchising ao final de dez anos (em 1993).
Nos quatro primeiros anos do estudo, a taxa de mortalidade das franquias foi de 14,4%. Nos seis anos seguintes, 3% ao ano.
A pesquisa será publicada no Brasil, no mês que vem, pela Editora Cherto, com o título "Franchising: o Caminho das Pedras".
Fatores
A pesquisa mostra ainda que vários fatores podem ser associados à não-sobrevivência durante os quatro primeiros anos.
Os mais relevantes, segundo o autor, são a expansão do sistema, a transferência de conhecimentos para o franqueado e o aumento de lojas próprias nos dois primeiros anos de vida no franchising.
Experiência
Um dos principais pontos para o sucesso, mostra o livro, é o tempo de existência da empresa. As que continuaram franqueando existiam há cinco anos, contra três anos das que saíram do sistema.
O estudo aponta que, na média, as empresas que pararam de franquear tinham 3 lojas próprias, contra 11 das que continuaram.
Durante os dez anos em que foi feita a pesquisa, a taxa de mortalidade foi mais forte no terceiro ano, quando atingiu 21,1%.
Levantamento da SBA (Small Business Administration), entidade que dá apoio aos micro e pequenos negócios nos EUA, mostra que 79% de todas as firmas abertas nos EUA morrem até o décimo ano.
Outra pesquisa, de alunos da Universidade de Nova York (EUA), revela que 81% das empresas não sobrevivem aos dez primeiros anos de vida.
Franquia x negócio próprio
A comparação entre negócio próprio e franquia mostra que a taxa de sobrevivência de negócios próprios é menor do que a de empresas franqueadas (veja quadro).
A alta taxa de mortalidade do franchising, afirma o autor, é importante porque mostra que o sistema não é infalível e que o investimento está sendo feito em empresas que não vão sobreviver.
Explosão econômica
Sem analisar o relatório, pode-se pensar que a economia norte-americana passava por uma crise no período analisado.
Mas, durante o período da pesquisa, a economia dos Estados Unidos cresceu de US$ 3,3 trilhões para US$ 6,3 trilhões.
O total de empregos gerados no país aumentou 15% -de 113 milhões para 130 milhões.
Outro dado significativo, segundo o estudo, é que o número de empresas por mil habitantes subiu de 13 para aproximadamente 33.
Esse crescimento superou o marco histórico do país. Em 1857, o número de companhias por mil habitantes era 18.
Crescimento do setor
Mas essa década foi benéfica também para o franchising.
O número de empregos saltou de 5,2 milhões para 8 milhões durante o período de 1983 a 1993 .
O número de franquias cresceu de 276 mil para 521 mil. Apenas o número de franquias formatadas subiu de 1.877 para 2.900.

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