São Paulo, segunda-feira, 20 de maio de 1996
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Corinthians 'atropela' para bater Grêmio

SÉRGIO KRASELIS
DA REPORTAGEM LOCAL

O novo técnico do Corinthians, Valdir Espinosa, 48, deu ontem a receita para a equipe bater o Grêmio, na próxima sexta-feira, em Porto Alegre.
Segundo o treinador, o time corintiano precisa ganhar confiança e assumir que tem condições de derrotar os gaúchos por 4 a 0, resultado que classifica a equipe para a semifinal da Taça Libertadores.
Espinosa, que substituiu Eduardo Amorim, demitido após ver o Corinthians cair diante do Grêmio por 3 a 0, na última quarta-feira, afirmou ontem que o time precisa "atropelar o tempo".
Segundo ele, isso significa pular etapas, como o período de entrosamento entre técnico e jogadores.
"Tenho poucos dias para armar a equipe e lutar contra um time que está junto há três anos", disse Espinosa, ao analisar sua missão diante do adversário.
Espinosa fez a análise antes de o Corinthians viajar para Atibaia, no interior paulista, onde fica concentrado até quinta-feira para os treinos preparatórios para o jogo.
O técnico acredita que o Corinthians pode bater os gaúchos se "correr organizado e pensado".
"Devemos atacar sem abrir nossa defesa. O gol vai ser uma consequência", disse Espinosa.
Para Marcelinho, artilheiro do time no Paulista, com 18 gols, esta vai ser a "semana de ouro".
"Agora, é matar ou matar. Precisamos trabalhar a parte psicológica, treinar muito e acreditar ao máximo que podemos vencer o Grêmio", afirmou o jogador.
A euforia das palavras de Marcelinho contrastava com o semblante do jogador. A exemplo dos companheiros, tinha o ar cabisbaixo e deu entrevista da janela do ônibus que levaria a equipe para Atibaia.
Um gesto pouco comum do jogador, que costuma ser o mais brincalhão da equipe, mas que admitiu ter refletido "nas últimas horas" no momento atual do time.
"Fiquei pensando muito e cheguei à conclusão que atingimos o limite de uma situação. Temos que fazer alguma coisa diferente para sairmos dessa", afirmou.
Para Marcelinho, que trabalhou com Valdir Espinosa no Flamengo, a chegada do treinador pode reverter o quadro atual em que o time se encontra.
"Ele é cobra criada e também fala a nossa língua. E sabe que tem pela frente um jogo muito difícil", disse.
Para Espinosa, não existe nenhuma novidade no confronto. "Não há nada de novo nisso. A única novidade que vi no futebol, nos últimos tempos, foi a defesa que o Higuita fez com os pés no estádio de Wembley", brincou o treinador.

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