São Paulo, segunda-feira, 20 de maio de 1996
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Bom começo

CIDA SANTOS

O final de semana na Liga Mundial ferveu com Brasil e Cuba em quadra. Provocações na rede, sangues "calientes" e um saldo de equilíbrio nos dois jogos em Havana: uma vitória para cada um. Os cubanos mostraram um novo atacante: Alain Roca, 19 anos e dono de uma mão pesadíssima no saque e ataque.
A seleção brasileira ainda está em fase inicial de preparação. O time vive um tempo de ajustes e experimentações.
Um exemplo é o atacante Carlão. Desde a Olimpíada de 92, ele saía como meio-de-rede. Nesta temporada, tem entrado como ponteiro, na diagonal de Nalbert.
A boa nova no Brasil tem um nome: Nalbert, um ponto de equilíbrio no passe e na defesa. Na vitória sobre Cuba, no sábado, outro destaque foi Giovane, que parece finalmente estar reencontrando o seu jogo.
Nestas primeiras duas semanas da Liga, o Brasil tem tropeçado na irregularidade. O time é capaz de começar um set de maneira fulminante e acabar perdendo da mesma maneira. Exemplo: sábado, contra Cuba, a seleção abriu uma vantagem de 11 a 3 no quarto set. Depois parou em quadra: perdeu por 15 a 13. Deixou ir para o tie-break um jogo que poderia ter sido decidido no quarto set.
O técnico Zé Roberto tem dito e repetido que a Liga é treino para a seleção. A preocupação não é conquistar título agora. Todos os objetivos estão em Atlanta.
Mas jogo é jogo. E ninguém entra em quadra só pra competir. Os grandes atletas, você sabe, não gostam de perder nem no par ou ímpar.
Quem viu a vitória de sábado sobre Cuba pôde acompanhar a emoção de Zé Roberto. Depois do erro de Brooks, que deu o último ponto ao Brasil, o técnico saltou, gritou, fez a festa. Abraçou e beijou seu assistente Marcos Pinheiro. Parecia fim de campeonato. Ou o sinal de um bom começo para Atlanta.

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