São Paulo, segunda-feira, 20 de maio de 1996
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Boxe é prova de caráter em 'Marcado pela Sarjeta'

INÁCIO ARAUJO
DA REDAÇÃO

Houve um tempo em que ninguém, no lado de cá do mundo, sabia distinguir tofu de kung fu. Essa é a época de ouro do boxe, na qual "Marcado pela Sarjeta" (Globo, 2h20) está mergulhado.
A biografia de Rocky Graziano (Paul Newman) talvez não se distinga muito de outras tantas. A luta, aliás, é a última das questões. O boxe é uma prova de caráter, determinação, vontade.
Graziano evoca tudo isso. Pobre, delinquente juvenil, descobrirá na prisão sua vocação. Chegará a campeão mundial dos pesos-médios.
O filme deve muito a Paul Newman, mas vamos convir que fica a dever a alguns outros do gênero, tanto "Gentleman Jim", de Raoul Walsh, como "Punhos de Campeão" (do próprio Robert Wise), "A Cidade dos Desiludidos", de John Huston ou, acima e sobretudo, "Touro Indomável", de Martin Scorsese.
Chega a ser estranho, porque quando se olha para os anos 40/50 parece que socos não matavam, às vezes nem doíam. Podiam arrebentar a cara. Mas a única coisa que importava eram as consequências morais, o combate contra a adversidade.
Passando de pato a ganso: "O Pai da Noiva" (Globo, 21h50) é uma refilmagem da clássica comédia de Vincente Minnelli. Simpática, com certeza, mas um pouco deslocada no tempo. O espectador tem o direito de se perguntar: será que ainda se fazem pais da noiva como antigamente?
(IA)

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