São Paulo, terça-feira, 21 de maio de 1996
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Ministério define hoje destino das sementes de maconha

Planta com baixo teor narcótico foi trazida por deputado

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

As sementes de maconha (Cannabis Sativa) que o deputado federal Fernando Gabeira (PT-RJ) importou da Hungria vão ter seu destino definido hoje de manhã.
Uma inspeção fitossanitária do Ministério da Agricultura vai verificar os documentos atestando a ausência de fungos que possam contaminar outras plantas nos 5,5 kg de sementes.
Se as sementes forem reprovadas, vão para o incinerador do Aeroporto Internacional de Brasília, onde a mercadoria está retida. Caso sejam aprovadas, vão passar ainda por uma quarentena (período de observação) em que serão plantadas por técnicos do Ministério da Agricultura.
A Polícia Federal poderá também determinar exames para verificar se a concentração de THC (um dos princípios ativos da planta) está dentro dos limites legais ou enquadra-se entre narcóticos proibidos.
Fibra de maconha
Segundo Gabeira, a concentração de THC nas sementes que encomendou é muito baixa e não provoca o efeito narcótico associado ao uso da maconha como fumo.
Gabeira, que defende a descriminação da maconha no Brasil, quer que as plantas que importou sirvam para pesquisar suas qualidades como fibra.
O Centro Nacional de Pesquisa de Algodão da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), em Campina Grande (PB), enviou uma carta a Gabeira demonstrando interesse em pesquisar as sementes de maconha.
Segundo ele, a importação está dentro da lei e a encomenda só não foi liberada ainda -chegou na última quinta-feira- porque ele deveria estar presente na inspeção, finalmente marcada para hoje.

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