São Paulo, quarta-feira, 22 de maio de 1996
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"Não é água com açúcar"

DO ENVIADO ESPECIAL A BRASÍLIA

Leia trechos de entrevista à Folha concedida pelo presidente da Fiesp, Carlos Eduardo Moreira Ferreira:
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Folha - O documento é uma crítica da indústria ao Plano Real e ao governo FHC?
Carlos Eduardo Moreira Ferreira - Não é um documento de aplauso ao governo nem um documento água com açúcar. É realista, feito por gente séria, consubstanciando propostas e sugestões. Queremos que o governo seja mais ágil, mais eficaz nas suas ações, e, sobretudo, articule com as lideranças no Congresso a aprovação das reformas constitucionais.
Folha - Medidas de aquecimento da economia não são contraditórias com o Plano Real?
Moreira Ferreira - Em absoluto. Ninguém quer ameaçar a estabilidade do Real, mesmo porque o Real é bom, veio combater a inflação, veio trazer uma melhoria na distribuição de renda nas categorias de baixa renda.
Tem dado resultado. Queremos aperfeiçoar e manter. Não queremos que o plano faça água.
Folha - Quais são as medidas reivindicadas?
Moreira Ferreira - São várias providências que não dependem das reformas da Constituição. As reformas são fundamentais, mas existem medidas que podem acontecer fora do escopo das reformas.
Folha - Por exemplo.
Moreira Ferreira - No âmbito, por exemplo, do BNDES. Se fala da existência de grandes linhas de financiamento, mas o dinheiro não chega na atividade produtiva. O setor financeiro não tem interesse em repassar os recursos do sistema BNDES. É preciso que se encontre uma saída. Não é possível continuar o dinheiro empoçado no BNDES.
Esta medida é simples. O BNDES precisa encontrar uma forma de repartir essa questão da garantia pelo crédito, usando talvez a Caixa Econômica Federal ou o Banco do Brasil como instrumento de operacionalização, criando seguro. Esse é um problema que o governo pode cuidar.
Folha - E a questão dos juros?
Moreira Ferreira - A queda dos juros tem de acontecer de uma maneira mais ágil. Ela vem caindo muito vagarosamente.

Leia a íntegra do documento elaborado pelos representantes da indústria à pág. 1-8

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