São Paulo, quarta-feira, 22 de maio de 1996 |
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FHC vai propor redução do 'custo Brasil'
JOSÉ ROBERTO DE TOLEDO
Há dias técnicos dos ministérios da Fazenda e do Planejamento estão reunidos no Palácio do Planalto com o ministro da Casa Civil, Clóvis Carvalho, examinando ações possíveis para reduzir os custos de produção das empresas. O resultado desse trabalho deverá ser uma medida provisória a ser anunciada pelo próprio FHC. Ela deverá conter medidas que visam reduzir os encargos sociais que incidem sobre a folha de pagamento das empresas. Outro ponto que deve estar na MP é o contrato temporário de trabalho, que reduz os encargos dos empregadores e as garantias e benefícios dos empregados. Também a infra-estrutura de transportes de mercadorias do país deve ser objeto de ações do governo. Um ponto que deve ser especialmente tratado é a modernização dos portos. Tarifas menores implicariam preço final menor do produto exportado. Empresários Para Gilberto Dupas, consultor de empresas e membro do Instituto de Estudos Avançados da USP, é exatamente isso que os empresários que foram a Brasília devem reivindicar. "Se não for para voltar ao sistema de proteção e subsídios, o reclamo por uma política industrial é justo. O melhor modo de os empresários fazerem isso é organizar um movimento forte de apoio às reformas", defende Dupas. Para ele, a caravana que desembarcou em Brasília "tem de tudo": desde empresários que reclamam com razão pela redução do "custo Brasil", até quem perdeu o bonde do aumento de produtividade e não conseguiu se adequar ao mercado global. O auditor e consultor de empresas Antoninho Marmo Trevisan também enxerga duas vertentes no movimento dos empresários: "Eles aproveitaram a mesma viagem para pressionar, por razões distintas, dois alvos diferentes, o Congresso e o governo". Na sua opinião, ao apoiar as reformas, os empresários estão justamente pregando a redução dos juros (via reforma fiscal), dos encargos sobre a folha de pagamento (Previdência) e das despesas do governo (administrativa). Presidente da Brasilpar (empresa de participações), Roberto Teixeira da Costa, considera a ida dos empresários a Brasília melhor do que fazer lobby no Congresso Nacional ou convidar membros do governo para jantares: "É mais transparente". Texto Anterior: "Faroeste caboclo" Próximo Texto: Isenção de microempresas vai ser maior Índice |
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